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sexta-feira, 17 de junho de 2022

Em Bento Gonçalves, Mourão diz que Brasil precisa agir com pragmatismo e flexibilidade

 Vice-presidente afirmou que país pode se fortalecer com os episódios da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia



Durante sua passagem por Bento Gonçalves, para visitar a 30ª ExpoBento e a 17ª Fenavinho, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, palestrou para convidados no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG) e disse que o Brasil precisa aproveitar o atual cenário mundial para avançar nos próximos anos. A programação iniciou pouco depois das 11h de quinta-feira (16), com visita oficial à feira e à festa, e seguiu, à tarde, na sede da entidade promotora dos eventos.

Mourão afirmou que o país pode se fortalecer com os episódios da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia. “Essa ruptura das cadeias globais de suprimento, fruto da pandemia e da guerra, é uma grande oportunidade para o Brasil, pois podemos nos apresentar como local confiável, estruturado, para que grandes empresas transfiram suas operações. E essa escassez de alimentos vai abrir novos mercados para nossos produtos”, disse. Para isso, no entanto, o país tem um desafio: vencer suas idiossincrasias.

Segundo Mourão, muitos assuntos discutidos hoje no país que opõem visões sobre Amazônia, aborto e outros temas têm origem nos Estados Unidos, e ganhou mais evidência após a eleição de Donald Trump. “É uma guerra cultural que vem sendo travada no mundo, uma guerra que resulta na polarização política. Precisamos buscar corrigir nossas idiossincrasias e os nossos grandes problemas”, comentou.

Nesse mundo dividido, disse Mourão, é preciso saber se posicionar. “Temos que agir com pragmatismo e flexibilidade, buscando os interesses maiores do país”, reforçou. Nesse sentido, é preciso estar alinhado às potências ocidentais, como Estados Unidos e os países da Europa Ocidental, mas também se relacionar com países como a China, hoje o maior parceiro comercial do Brasil – no ano passado, essa parceria representou US$ 100 bilhões, principalmente com exportações de soja, ferro e petróleo.

O vice-presidente também disse que é preciso o Brasil trabalhar para reforçar duas bases fundamentais para sua economia, o equilíbrio fiscal e a produtividade. No primeiro caso, ele disse que é preciso evoluir na reforma previdenciária e na reforma do Estado, cuja qual foi “feita de modo informal”. Ele também destacou a gestão profissional no setor público e a aceleração da digitalização dos serviços para reduzir custos. “Hoje, há 3,7 mil operações entre o cidadão e o governo feitas via digital”, ressaltou.

Para aumentar a produtividade, Mourão falou que é preciso uma reforma tributária. “Nosso sistema é caótico, custa R$ 80 bilhões por ano para o governo e empresas e há uma evasão em torno de R$ 400 bilhões”. Outra questão é investir em infraestrutura. “Hoje, como o orçamento está, de cada R$ 100 arrecadados, R$ 93 são para despesas obrigatórias, sendo R$ 65 para pagamento de pessoal. Sobram R$ 7 para a vida vegetativa do governo e para investimento”.

O vice-presidente vê, como forma de recuperar a capacidade de investimento do governo, dois caminhos. Um é passar uma peneira nos projetos de renúncia fiscal – R$ 370 bilhões deixam de ser arrecadados com isso, segundo ele. “Se deixo de cobrar imposto em determinado setor, esse setor tem que me retornar com emprego e renda. Se ele não está retornado com isso, tem que retirar essa renúncia”, disse. Outras formas seriam a securitização da dívida – o Brasil, conforme Mourão, tem R$ 5 trilhões de dívidas – e a abertura comercial.

Na conversa, de quase uma hora, Mourão também abordou a inflação no mundo causada pela pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, que trouxe outro efeito, o aumento do preço do petróleo. “ A era do combustível a R$ 4 acabou, não vai voltar”, comentou.

Nesta sexta-feira, o vice-presidente visita Flores da Cunha.

Correio do Povo


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