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sábado, 9 de outubro de 2021

“Se eu sair fora das quatro linhas, a gente já sabe como pode se transformar o Brasil”, diz Bolsonaro

 


O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (8) que, se sair fora das quatro linhas, sabe no que pode se transformar o Brasil, sem detalhar o que poderia fazer, e destacou que dá a vida pela pátria.

“Vencemos, estamos com liberdade, mas devemos preservá-la. Eu jogo dentro das quatro linhas, alguns querem que a gente saia fora delas, apesar de outros estarem jogando fora delas”, disse referindo-se à expressão que usou muito antes das manifestações do 7 de Setembro, das “quatro linhas da Constituição”.

“Mas se eu sair fora, a gente já sabe como é que pode se transformar o Brasil. Eu dou minha vida pela pátria, assim como vocês dão a vida de vocês pela liberdade”, emendou ele, durante cerimônia alusiva à 1ª Feira Brasileira do Nióbio, em Campinas (SP).

Após um período de trégua desde os desdobramentos das manifestações do 7 de Setembro, o presidente começou nos últimos dias a fazer ameaças públicas, ainda que mais sutis e sem um alvo explícito.

Em discursos antes e no feriado da Independência, Bolsonaro fez ameaças a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que poderia reagir fora das quatro linhas da Constituição e chegou a dizer que não iria cumprir mais determinações do ministro Alexandre de Moraes.

No início de agosto, após se tornar alvo de um inquérito no STF para investigar seus ataques ao sistema eleitoral, foi explícito sobre poder reagir fora dos limites constitucionais.

“Esse inquérito não está dentro das quatro linhas da Constituição, então o antídoto para isso também não é dentro das quatro linhas da Constituição”, disse Bolsonaro na ocasião em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Essas e outras declarações do presidente causaram forte reação da cúpula do Judiciário e, dois dias depois, Bolsonaro fez uma espécie de recuo ao divulgar uma Declaração à Nação após conversas com o ex-presidente Michel Temer, responsável por indicar Moraes ao Supremo.

André Mendonça no Supremo

Bolsonaro reconheceu nesta sexta a dificuldade do governo em emplacar o nome de André Mendonça no STF. “Temos problema sério pela frente agora, indiquei excepcional jurista, que é evangélico também, para o Supremo, e tem corrente que não quer. Indico e tem uma ala que não quer ele lá. E chega recado”, declarou Bolsonaro na cerimônia alusiva à 1ª Feira Brasileira do Nióbio, em Campinas (SP).

A indicação de Mendonça está parada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado há meses. O presidente do colegiado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), resiste ao nome do ex-ministro da Justiça, mas já sinalizou a aliados que pode pautar a sabatina ainda neste mês.

Bolsonaro voltou a defender seu indicado como forma de renovar o STF. “As coisas mudam”, reiterou. “Ano que vem tem eleições, vamos prestigiar quem fez bom trabalho e renovar”, disse, ainda, sobre o processo eleitoral, já ameaçado publicamente pelo presidente caso o Congresso rejeitasse a proposta do voto impresso, como o fez.

Nesta sexta, porém, o chefe do Executivo mais uma vez garantiu que as eleições de 2022 ocorrerão normalmente. “Pode ter certeza que não vai ter sacanagem nas eleições. Convidaram as Forças Armadas. Aceitamos e vamos participar de todo processo eleitoral”, declarou, em referência à decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, de incluir as Forças Armadas como instituição de acompanhamento da eleição. “Vamos acabar com suspeição (do processo eleitoral)”, acrescentou Bolsonaro. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal O Estado de S. Paulo.

O Sul

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