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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

"Partido do tamanho do PT tem que ter candidatos próprios", diz Lula sobre 2020

Petista disse que a sigla pode apoiar candidatos "progressistas, de esquerda", em eventuais situações de segundo turno

Presidente disse que PT deveria ter contestado mais a eleição de Bolsonaro

Presidente disse que PT deveria ter contestado mais a eleição de Bolsonaro | Foto: Blog Nocaute / YouTube / Reprodução / CP

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira que o Partido dos Trabalhadores (PT) não abra mão de candidaturas próprias nas eleições municipais de 2020 quando puder tê-las de forma competitiva. Citando São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, afirmou que "um partido do tamanho do PT tem que ter candidatos próprios". Ele comentou que a sigla não pode prescindir de ter candidaturas próprias nessas cidades e citou o nome de Benedita da Silva como possível indicação no Rio de Janeiro. 

As declarações foram feitas em uma entrevista ao canal do YouTube do blog Nocaute. O petista disse, porém, que o PT pode apoiar candidatos "progressistas, de esquerda", em eventuais situações de segundo turno nas quais o partido fique de fora. Ele contou ainda que "gosta" de Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) e de Marcelo Freixo (PSOL-RJ), potenciais candidatos às prefeituras das capitais gaúcha e carioca, respectivamente.

Lula garantiu respeitar "o resultado das urnas" em relação às eleições presidenciais de 2018, mas fez uma ressalva: "acho que o PT devia ter brigado mais". "Sou um cara que já perdeu muitas eleições, e quando eu perco, respeito o resultado. Mas acho que o PT deveria ter protestado mais na vitória do Bolsonaro, que foi ilícita, foi um roubo aquela indústria das fake news", afirmou o ex-presidente, que está solto desde 8 de novembro, depois de cumprir ficar preso por 580 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba.

Críticas a Moro e Dallagnol

Segundo o ex-mandatário da República, cabe a Bolsonaro governar, já que "ele não cometeu crime de responsabilidade ainda provado". "Mas não me peçam paciência. Quero recuperar o respeito que eu ganhei na sociedade brasileira durante a minha vida", alertou, se referindo também ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, e ao coordenador da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, quem chamou de "moleque irresponsável e desaforado".

Nesse sentido, revelou que seu maior desejo é que os processos aos quais responde sejam anulados pela Justiça, e chamou Moro de "juiz de má-fé" e "mal-caráter". Lula disse esperar que "ele seja punido em defesa da Constituição" caso seja comprovado "que ele fez sacanagem" e foi além: que "seja punido pelas instituições que eu ajudei a criar".

O petista espera "juízo" e "grandeza" por parte do Congresso Nacional no que se refere ao cumprimento de pena após o trânsito em julgado. Ele argumentou que a pressão por uma alteração na Constituição que permitiria a prisão em segunda instância vem das elites do País, que segundo ele veem na Carta Magna um empecilho. "A Constituição não pode ser rasgada e jogada fora toda hora", criticou.

"Direita aprendeu a usar as redes sociais mais que nós"

O ex-presidente avaliou que o PT ainda tem que aprender a utilizar as redes sociais, e que o partido tem perdido esta disputa para a direita brasileira. "O PT tem clareza de que a direita tem um papel e que aprendeu a utilizar as redes sociais melhor do que nós", comentou, falando que há necessidade de combate a "mentiras disseminadas nas redes". Segundo ele, a direita teve nas eleições de 2018 "mais recursos" investidos em redes sociais, com "empresário financiando. E isso vai continuar", previu.

De acordo com Lula, a ascensão de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos em 2016 foi um marco importante para o uso político da internet. "Eu jamais esperei que o Trump fosse eleito. Uma parte da humanidade foi transformada em algoritmo. Não é você que utiliza a internet, é ela quem te usa", disse. Para Lula, o "PT ainda está engatinhando quando deveria ter redes imbatíveis", considerando que o partido tem mais de dois milhões de filiados. "Não temos nem o 'zap' dessa gente. Isso hoje é uma preocupação do partido", explicou.


Agência Estado e Correio do Povo


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