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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Dez fatos que você deveria saber sobre a Coreia do Norte




O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un: mundo permanece em dúvida se ele está vivo ou morto após complicações cardíacas.| Foto: STR / KCNA VIA KNS / AFP


Nos últimos meses, a Coreia do Norte ocupou o noticiário por dois motivos: um deles foi o regime comunista se vangloriar de não ter registrado nenhum caso de Covid-19 no país, como se fosse possível confiar nos dados norte-coreanos; e o segundo motivo é a suposta morte do ditador Kim Jong-un. Desaparecido dos olhos do público há semanas, ele se tornou neste momento o ditadorzinho de Schrödinger. Está vivo e morto ao mesmo tempo.

Gazeta do Povo trouxe informações de várias fontes que comentam sobre a dúvida se Kim Jong-un está morto ou vivo. Até Donald Trump entrou no debate . Mas o fato é que Kim Jong-un comanda (ou comandava) uma das ditaduras mais cruéis já vistas na história da humanidade, só apoiada por parceiros de ideologia assassina, sejam os comunistas da China ou aloprados políticos brasileiros de partidos que tecem loas ao fracasso norte-coreano.

Os horrores do regime norte-coreano foram descritos em detalhes no livro Fuga do Campo 14, de Blaine Harden. É um relato tão assustador e revoltante que faz o clássico ‘É Isto um Homem?’, de Primo Levi, sobre os horrores do Holocausto, parecer uma simples história triste.

A partir dessa leitura, dos artigos que publicamos na editoria Ideias da Gazeta do Povo, das reportagens que mostramos na editoria de Mundo e de colunistas especialistas no cenário internacional como Filipe FigueiredoLeonardo Coutinho - entre outras Vozes na Gazeta  -, destacamos 10 fatos sobre o regime ditatorial comunista norte-coreano capazes de, quem sabe, fazer com que as pessoas que adoram ditadores troquem o louvor pelo repúdio a esses inegáveis assassinos. Esses fatos são uma oportunidade para conhecer um pouco de nossa linha editorial. Faça parte desta comunidade, assine a Gazeta do Povo!

 

1. 200 mil presos em campos de concentração

“Alunos do ensino médio nos Estados Unidos se perguntam por que o presidente Franklin D. Roosevelt não bombardeou as ferrovias que levavam aos campos [de prisioneiros] de Hitler. (...) Seus filhos talvez se perguntarão, daqui a algum tempo, por que o Ocidente ficava olhando para as imagens de satélite dos campos de prisioneiros de Kim Jong Il sem fazer nada”.

Os campos de prisioneiros da Coreia do Norte não devem nada a Auschwitz. Trabalhos forçados, fome, frio, estupro e violência sumária, sem falar nas execuções, são a realidade para muitos norte-coreanos que cometeram o imperdoável crime de não se submeter totalmente ao regime comunista ou de nascerem numa família considerada de alguma forma subversiva.

Estima-se que até 200 mil pessoas ainda vivam nessas condições.

 

2. Centenas de milhares morreram de fome

Assim como aconteceu na Ucrânia sob o regime stalinista e na China da Revolução Cultural maoísta, na década de 1990, por causa do planejamento centralizado da agricultura e também como consequência do colapso da aliada União Soviética, centenas de milhares (ou milhões, dependendo da fonte) de norte-coreanos morreram de fome. Mais de 600 mil pessoas morreram de fome entre 1994 e 1998.

Em 1995, a Coreia do Norte abdicou da sua intransigente política de autossuficiência e, diante da calamidade, pediu ajuda internacional. O problema é que boa parte dos alimentos, por causa da corrupção inerente ao regime comunista, não chegava às pessoas que mais precisavam. O resultado disso foi o surgimento de um próspero mercado negro.
 

3. Patrulhas fiscalizam o corte de cabelo das mulheres

O regime ditatorial norte-coreano está tão empenhado em desumanizar as pessoas e em impor padrões estabelecidos pela elite governante que as mulheres do país só podem usar 15 cortes de cabelos. Acredite: há unidades de inspeção que percorrem a rua à procura de mulheres que usam um corte de cabelo diferente dos aprovados, sobretudo entre os jovens “rebeldes”. Mechas coloridas também são proibidas, assim como saias consideradas “reveladoras demais”. As infratoras são interrogadas e, se forem reincidentes, podem ser enviadas para os campos de prisioneiros mantidos pela ditadura de Kim Jong-un.
 


4. País é uma monarquia comunista

Desde a revolução comunista iniciada por Kim Il-sung, o líder máximo do país, a Coreia do Norte se transformou no macabro parque de diversões da família. Kim Il-sung, avô do ditador atual, governou o país de 1948 a 1994. Kim Jong-Il, pai do atual autocrata, herdou o poder absoluto do pai e o exerceu até 2011, quando passou o controle do país ao filho Kim Jong-un.
 


5. País pune até a 3a geração dos "subversivos"

A Coreia do Norte é regida por um sistema jurídico extremamente cruel que não só prende as pessoas em campos de concentração (eufemisticamente chamados de “campos de reeducação”) como também pune até a terceira geração do infrator. Isso mesmo. Se você cometeu um crime de subversão qualquer, seu neto será punido por isso. E as punições vão desde a prisão até a impossibilidade de estudar e a restrição ao acesso a bens de consumo.

A ideia é conter uma possível contrarrevolução, impedir que as pessoas fujam do país ou cometam algum tipo de violência contra a elite governante.

 

6. Povo é alfabetizado para ser doutrinado

Nem tudo são trevas na Coreia do Norte. Pelo menos é isso o que o regime quer fazer crer. Kim Jong-un se orgulha, por exemplo, do nível de alfabetização de seus súditos. Reza a lenda que 99% da população norte-coreana é alfabetizada.

Mas o mais provável é que o número seja falso ou que o regime seja realmente bem-sucedido em usar o beabá para doutrinar as pessoas a ponto de fazê-las enxergarem os membros da dinastia de Kim Il-Sung como divindades.

 

7. Todos têm trabalho, mas não renda

Na Coreia do Norte, em teoria, há trabalho para todos. Também pudera: o país é o paraíso dos ludistas, isto é, daqueles que lutam contra qualquer tipo de tecnologia capaz de tirar postos de trabalho dos seres humanos. Até por isso, não há semáforos no país. O trânsito é controlado por obedientes guardas que usam assépticas luvas brancas. O tráfego que organizam, contudo, não é lá muito movimentado, porque os carros são privilégio da elite governante.

 

8. A morte é uma obsessão nacional

Os líderes norte-coreanos são obcecados pela morte. Não à toa, o mausoléu que guarda os restos mortais de Kim Il-Sung é o “ponto turístico” mais visitado do país – e ai de quem não fizer essa peregrinação! Mais revelador ainda dessa necrofilia é o fato de a Coreia do Norte ser o único país do mundo a, ainda hoje, promover execuções públicas no melhor estilo jacobino. Estamos em pleno século XXI, mas ainda hoje execuções públicas de traidores do regime costumam atrair plateias de até mil pessoas, principalmente no interior do país.
 


9. Fugir custa caro

Fugir deste “paraíso socialista” custa caro: US$12 mil em propinas e outras “taxas” pagas aos traficantes de gente. O valor torna a fuga (ou deserção, como eles preferem) praticamente impossível, uma vez que a renda per capita de um cidadão norte-coreano é de aproximadamente US$47 (cerca de R$200) por mês. A única forma de se conseguir essa pequena fortuna é por meio de um parente que já tenha conseguido desertar.

As principais rotas de fuga são as fronteiras fluviais que, evidentemente, são fortemente protegidas pelos agentes do Estado. Todo esse esforço para manter os norte-coreanos dentro do país é justificado. Afinal, quem iria correr o risco de morrer para fugir de um paraíso socialista, não é mesmo?

 

10. A Constituição garante democracia e liberdade

A Coreia do Norte tem uma Constituição extremamente democrática e liberal. Não é piada. A Constituição do país, promulgada em 1972, garante aos cidadãos eleições democráticas, liberdade de expressão, de imprensa, de reunião e de manifestação, liberdade religiosa, direito ao trabalho, lazer, educação e cuidados médicos, entre outras conquistas geralmente associadas ao mundo ocidental.

Mais uma prova de que o papel aceita qualquer coisa. Afinal de contas, existe até um partido político no Brasil que defende o socialismo e a liberdade.


Gazeta do Povo

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