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domingo, 22 de março de 2020

Calendário eleitoral pode ter impacto por pandemia da Covid-19

Presidentes de siglas no Estado consideram inevitável o prejuízo nas articulações para viabilizar coligações na eleição prevista para outubro

Dirigentes de partidos políticos no Estado começam a revelar preocupação com prazos do calendário eleitoral diante da ampliação das restrições em relação à pandemia do novo coronavírus
Dirigentes de partidos políticos no Estado começam a revelar preocupação com prazos do calendário
 eleitoral diante da ampliação das restrições em relação à pandemia do novo coronavírus
 

Dirigentes de partidos políticos no Rio Grande do Sul começam a revelar preocupação com prazos do calendário eleitoral diante da ampliação das restrições em relação à pandemia do novo coronavírus. Desde a semana passada, lideranças políticas passaram a cancelar agendas e suspender atos. Agora, o receio passa a envolver articulações e, principalmente, atividades essencialmente presenciais como convenções e campanha.
“É inconteste que o calendário dos partidos fica prejudicado diante de uma situação como esta. A prioridade é zelar pela vida e saúde das pessoas. Com relação ao calendário, nossa avaliação é de que dificulta um pouco. Na política, os encontros presenciais e as mobilizações são importantes. Culturalmente é esta a forma como a gente constrói as questões políticas”, aponta o presidente do Dem no RS, Rodrigo Lorenzoni. Ele destaca que a executiva suspendeu as atividade presencial e fechou o diretório na Capital. As rotinas administrativas ocorrem em home office. As articulações deverão ser feitas por telefone ou através de meios digitais. Na Capital, o Dem quer lançar candidatura própria e mantém a busca pela formação de alianças para compor chapa com o deputado estadual Thiago Duarte ou com a vereadora Nádia Gerhart. 
Da mesma forma, o PCdoB busca fortalecer apoios para formar uma frente partidária em torno de sua pré-candidata Manuela D’Ávila. “Temos a possibilidade de intensificarmos debates entre os diversos partidos do nosso campo, mas a questão eleitoral, por hora, está em segundo plano, em virtude da necessidade de organização para enfrentarmos esta questão de saúde pública”, explica o presidente do PCdoB de Porto Alegre, Adalberto Frasson.
Para ele, nesta etapa prévia às convenções ainda será possível suprir parte das demandas partidárias com alternativas de comunicação a distância. “Os partidos do nosso campo poderão estruturar as linhas de um programa comum, mas chegará o momento em que será necessário conversar pessoalmente para estabelecer as alianças em torno do projeto”, pondera.
Presidente do PTB da Capital, Éverton Braz diz acreditar que, até o presente momento, o maior desafio é a incerteza de quando será possível retomar a normalidade das atividades. “Precisamos entender qual será a proporção desta pandemia, que tipo de consequência terá em nossa comunidade e por quanto tempo teremos que manter as restrições? Ao se prolongar, não há dúvida de que provocará prejuízos à capacidade de organização dos partidos, acentuando as dificuldades para as representações no Interior, onde as estruturas são menos robustas”, pontua o dirigente partidário.
Braz cita como exemplo as convenções e as ações de campanha, utilizando o padrão atual. “Não será possível substituir a presença das pessoas delegadas para tomar decisões. Elas têm que estar no debate e registrar esta participação em ata. Na campanha, será ainda mais complicado, pela impossibilidade de realizar eventos, atos públicos, gravações de propaganda e quase tudo que faz parte da divulgação das candidaturas”, ressalta.

Barroso diz não haver motivos

O vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, disse que não “sofre antes da hora”. Acredita que até outubro a pandemia do coronavírus “estará sob controle” e avalia que não há motivos para cogitar qualquer adiamento nas eleições municipais deste ano. O primeiro turno está marcado para 4 de outubro; o segundo, para 25 daquele mês.
Atualmente, as maiores preocupações do TSE envolvem a paralisação da coleta de biometria de eleitores e a conclusão de uma licitação que prevê a compra de até 180 mil novas urnas para as eleições municipais, a um custo de R$ 696,5 milhões. Uma resolução do TSE paralisou a coleta de biometria de eleitores para assegurar a saúde dos servidores da Justiça Eleitoral. “Nós estamos em março. As eleições são em outubro. Não há por que cogitar de qualquer adiamento”, disse Barroso. O ministro assumirá o comando da Corte Eleitoral em maio deste ano, substituindo Rosa Weber, e será ele que irá chefiar o tribunal durante as eleições municipais.

Correio do Povo

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