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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Trabalhadores com ensino superior são os que mais demoram para voltar ao mercado

Os brasileiros com ensino superior costumam trabalhar em regime formal

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Os trabalhadores com ensino superior são os que levam mais tempo para conseguir voltar ao mercado de trabalho quando ficam desempregados. Um brasileiro que concluiu a faculdade demora, em média, 16,8 meses (quase um ano e meio) para se recolocar.

Já um profissional com ensino médio gasta 14,7 meses para encontrar um novo emprego no Brasil. Quem concluiu o ensino fundamental demora, em média, 13,1 meses.

Os números foram compilados pela consultoria iDados, com base nas informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada pelo IBGE.

Uma série de fatores, segundo especialistas, explica as razões para os trabalhadores mais escolarizados do País demorarem mais para se recolocar no mercado.

Os brasileiros com ensino superior costumam trabalhar em regime formal. Portanto, em caso de demissão, recebem indenização – como multa do FGTS e seguro-desemprego – e conseguem ter alguma folga no orçamento para buscar uma recolocação.

“Uma pessoa mais qualificada tem mais probabilidade de ter um vínculo formal e, portanto, já são criadas proteções para o indivíduo, o que diminui o grau de urgência para encontrar um novo emprego”, afirma Bruno Ottoni, pesquisador do iDados.

Pelo lado das empresas, a contratação de um trabalhador mais qualificado também costuma ser mais lenta.

“Acredito que, na verdade, essa questão não é conjuntural, é da natureza das ocupações [que exigem ensino superior]. São processos de seleção mais criteriosos, a disponibilidade de vagas específicas é muito pequena. Isso não deve estar atrelado à conjuntura, até porque a taxa de desemprego [desse público] é menor do que a de outros grupos”, diz Cosmo Donato, economista da LCA consultoria.

“A gente tem que pensar também com a cabeça do recrutador. Tem muitos profissionais com ensino superior no mercado, é uma gama muito grande de perfis pra analisar. E ainda existe o preconceito com quem está fora do mercado, muita gente prefere contratar alguém que esteja empregado e queira se movimentar. Aí a régua de exigências sobe”, completou Donato.

O fato de os trabalhadores mais qualificados levarem mais tempo para se recolocar não significa que eles sejam os principais afetados pelo desemprego no País.


O Sul

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