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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Porto Alegre é a capital do Brasil com mais mortes por Aids do Brasil

Rio Grande do Sul segue em terceiro no país como Estado com mais casos da doença

Por Eduardo Amaral

Mesmo com o grande número de casos, o orçamento da Coordenação Municipal IST/Aids vem sofrendo reduções constantes

Mesmo com o grande número de casos, o orçamento da Coordenação Municipal IST/Aids vem sofrendo reduções constantes | Foto: Cristine Rochol / PMPA / Divulgação / CP

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Porto Alegre é a capital do Brasil com mais mortes por Aids do Brasil. Os dados foram apresentados nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde, que lançou a edição deste ano do Boletim Epidemiológico. Apesar da redução nos índices de novos casos e mortes, o Rio Grande do Sul segue como o terceiro Estado do país com mais casos da doença.

Mesmo com o grande número de casos, o orçamento da Coordenação Municipal IST/Aids vem sofrendo reduções constantes. Em 2019 o corte de verba do governo federal foi de aproximadamente R$ 700 mil, enquanto a previsão orçamentária do Município para o próximo ano será de cerca de R$ 500 mil, segundo a coordenadora, Caroline Ceolin Zacarias. “Tivemos uma diminuição do orçamento, mas temos tentado distribuir ele nos três pontos: prevenção, diagnóstico e adesão.”

Com a redução dos recurso, Caroline Ceolin Zacarias afirma que o município “tem visto como uma prioridade ver esses números da epidemia baixarem". Ela acrescenta que o foco tem sido em ações de diagnóstico. Segundo a coordenadora, o grande problema tem sido a adesão dos pacientes ao tratamento.

As contaminações verticais - quando a mãe transmite a doença para a criança, seja durante a gestação, parto ou amamentação - têm sido o grande problema do município e do Estado. Mesmo com os índices altos, e ainda considerado como um caso de epidemia, a integrante da Coordenação Estadual de IST/Aids, Fernanda Carvalho, analisa que a situação tem melhorado.

“Nossos dados vêm ano a ano melhorando. Chegamos ao ponto de uma epidemia muito disseminada e, a cada ano, os nossos índices vêm caindo.” A afirmação dela é confirmada pelos dados apresentados no boletim, que aponta uma queda de 39,3% nos casos de detecção de Aids.

País tem melhora

O Brasil conseguiu evitar 2,5 mil mortes por aids entre os anos de 2014 e 2018. Nos últimos cinco anos, o número de mortes pela doença caiu 22,8%, de 12,5 mil em 2014 para 10,9 mil em 2018. Os dados são positivos. No entanto, o Ministério da Saúde acredita que 135 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e não sabem. Com base nessa estimativa, a pasta realizou, na sexta-feira, o lançamento da Campanha de Prevenção ao HIV/Aids.

O foco é incentivar pessoas que não se preveniram em algum momento da vida a procurar uma unidade de saúde e realizar o teste rápido. Com o tratamento adequado, o vírus HIV fica indetectável, ou seja, não pode ser transmitido por relação sexual, e a pessoa não irá desenvolver Aids.

A nova Campanha de Prevenção ao HIV/aids foi lançada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em comemoração ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado no dia 1º de dezembro. Assim como registrado nos últimos anos, a infecção por HIV cresce mais entre os jovens. A maioria dos casos no país é registrada na faixa etária de 20 a 34 anos, com 18,2 mil notificações (57,5%). Em 2018, ocorreram 43,9 mil casos novos de HIV no país.

A notificação para infecção pelo HIV passou a ser obrigatória em 2014, assim como o tratamento para todas as pessoas vivendo com o vírus, independente do comprometimento imunológico. A medida trouxe mais acesso ao tratamento e aumento de diagnósticos. Com isso, nos últimos cinco anos, a tendência de queda na taxa de aids foi maior.

“Uma das forças que move o ser humano é o medo. E ver ídolos morrerem trouxe impacto para a minha geração e temor em contrair a doença. Quando os primeiros casos foram identificados no Brasil e no mundo, não tínhamos o tratamento que temos hoje. Mas os jovens entre 20 e 34 anos não conhecem a cara do inimigo, não entendem que a doença mata. A gente antevê várias lutas contra o preconceito, contra a doença, e precisamos trabalhar para que jovens parem de se infectar com o HIV. Precisamos trabalhar mecanismos de mobilização para conscientizar esse público e informar das consequências da doença, da necessidade de fazer o teste e buscar tratamento", enfatizou. Em relação aos casos de aids, quando a pessoa desenvolve a doença, o Ministério da Saúde estima que 12,3 mil casos foram evitados no país, no período de 2014 a 2018.

O dado foi calculado com base na taxa de casos de AIDS em 2014, caso ela se mantivesse ao longo desse período até 2018. Nesse mesmo período houve queda de 13,6% na taxa de detecção de casos de aids, sendo 37 mil casos registrados em 2018 e 41,7 mil em 2014. Em toda série histórica, a maior concentração de casos de Aids também está entre os jovens, em pessoas de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros. Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados.

“Conseguimos progredir ao longo dos anos no combate ao HIV e à aids, mas ainda temos muito a fazer com compromisso de avançar no programa de prevenção e, no próximo ano, faremos ações específicas porque precisamos integrar as pessoas nessa luta”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde no Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.

O Ministério da Saúde tem ampliado as possibilidades de prevenção ao HIV/Aids. Até dezembro deste ano, a previsão é distribuir 462 milhões de preservativos masculinos, o que representa aumento de 38% em relação ao ano passado. O número de preservativos femininos distribuídos pode chegar a 7,3 milhões de unidades, aumento significativo em relação ao ano passado, 351,5%. Ainda em 2019, está prevista a finalização da entrega de 12,1 milhões de testes rápidos de HIV, fundamentais para o diagnóstico e futuro tratamento das pessoas infectadas.

Transmissão vertical

O maior número de gestantes infectadas com HIV (27,8%) está entre jovens de 20 a 24 anos. Tal fator foi resultado da ampliação do diagnóstico no pré-natal e, consequentemente, a prevenção da transmissão vertical do HIV se tornou mais eficaz. Três municípios brasileiros receberam Certificação de Eliminação da Transmissão Vertical de HIV, quando o vírus é transmitido durante a gestação, o parto e a amamentação. No Paraná, Curitiba e Umuarama receberam a certificação em 2017 e 2019, respectivamente; e, mais recentemente, São Paulo. A capital paulista, com 12,1 milhões de habitantes, é a cidade com maior população no mundo a receber o título.

Vale lembrar que o Brasil é signatário do compromisso mundial de eliminar a transmissão vertical do HIV e optou por adotar uma estratégia gradativa de certificação de municípios. A eliminação da transmissão vertical do HIV, assim como a redução da sífilis e da hepatite B, é uma das seis prioridades do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. A certificação possibilita a verificação da qualidade da assistência ao pré-natal, do parto, puerpério e acompanhamento da criança e do fortalecimento das intervenções preventivas.

De 2014 a 2018, houve redução de 26,9% na taxa de detecção de aids em menores de 5 anos. Passando de 2,6 em 2014 (386 casos) para 1,9 casos (265 casos) por 100 mil habitantes em 2018. A taxa de detecção de aids em menores de 5 anos tem sido utilizada como indicador para o monitoramento da transmissão vertical do HIV, quando a transmissão acontece durante a gestação, o parto ou amamentação. Além disso, em cinco anos, foram evitadas cerca de 350 infecções em crianças. O dado foi calculado com base na taxa de casos de aids em 2014 caso ela se mantivesse ao longo desse período até 2018.


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