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quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Neste Natal magro, Papai Noel talvez esteja em férias sabáticas

Quem passeia nos grandes shoppings talvez já tenha percebido que o movimento de Natal anda devagar

Vocês têm sentido a falta de algo neste quase final de ano? Quem passeia nos grandes shoppings talvez já tenha percebido que o movimento de Natal anda devagar, meio anêmico, no mesmo ritmo da economia.

Já deveríamos estar respirando com mais força o duplo clima de festividades deste período – Natal e Ano-Novo –, mas seguimos meio de lado. Isso adia uma retomada mais consistente da economia.

Há sinais em alguns segmentos econômicos que indicam um cenário melhor no ano que vem

Especialistas projetam para 2020 crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma das riquezas do país, superior a 2%. Tomara! Por enquanto, a realidade é menos de 1% de avanço no PIB este ano.

Será que Papai Noel está em período sabático, em algum paraíso tropical? Ou os últimos seis anos, em que a economia vem patinando, nos tiraram parte do ânimo para comemorações familiares mais consagradas?

Embora seja advogada dos direitos do consumidor, e não economista, parece-me que a crise dos Estados tenha grande peso neste marasmo. Várias unidades da federação têm de fazer milagres natalinos para pagar o 13º salário. Nos últimos anos o Rio Grande do Sul, por exemplo, pagou este salário de fim de ano via empréstimo bancário ou parcelamento!

Estima-se que Estados que empregam 1,3 milhão de servidores tenham de fazer operações financeiras especiais para pagar a segunda parcela do 13º até a data-limite legal –20 de dezembro.

Somam-se a estes funcionários os trabalhadores informais, quase 40 milhões, que equivalem a mais de 40% da força de trabalho. Eles não têm 13º, férias, benefício saúde, tíquete-refeição nem vale-transporte.

Muitas vezes, recebem em datas diferentes, de acordo com o mês. Parte dos trabalhadores que fazem bicos ganham menos do que o salário mínimo.

Não são comentários alegres para uma época em que fazemos um balanço de nossas vidas, reunimos parentes e amigos, e na qual tentamos fechar o ano com sorrisos, votos de saúde e paz, e vários brindes.

Como deve proceder, então, o consumidor? Primeiramente, caso ainda não o faça, há que ter um orçamento detalhado, para saber quanto gasta e se há alguma sobra de dinheiro. Quem tiver 13º salário e adicional de férias, poderá programar mais despesas com presentes, ceia, viagem etc. Antes, contudo, há que quitar ou renegociar eventuais dívidas.

Isso vale também para quem tiver direito a sacar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), imediato ou por aniversário.

Não se endivide para fazer compras de Natal, nem para viajar em férias. Faça pesquisa de preços e compare as condições oferecidas pelas lojas. Amigo-secreto em família pode ser uma forma de todos receberem presentes, sem multiplicar o gasto individual.

O melhor presente de Natal para a maioria dos consumidores brasileiros seria a economia crescer 4% a 5% por vários anos. Só assim os desempregados encontrariam trabalho, e os temporários e informais migrariam para empregos com mais direitos.

Talvez uma reação dessas trouxesse de volta o bom velhinho, que desistiria, feliz da vida, de suas férias forçadas. Até agora, houve reformas, mudanças, planos, cortes e pouquíssimas notícias boas. Não dá para imitar Papai Noel e seu famoso ho, ho, ho, ho, ho!

Fonte: Folha Online - 20/11/2019 e SOS Consumidor

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