Ato aconteceu na tarde deste sábado, na avenida Goethe, ao lado do Parcão
Cartazes foram uma das formas encontradas pelos manifestantes de Porto Alegre expressarem a insatisfação com a decisão do STF | Foto: Fabiano Amaral
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Um dia após a soltura de Luiz Inácio Lula da Silva, parte da população foi às ruas, neste sábado, para manifestar seu descontentamento com a Corte e exigir respostas do Congresso Nacional sobre a prisão em segunda instância. Em Porto Alegre, o ato ocorreu na Avenida Goethe, ao lado do Parque Moinhos de Vento, o Parcão. O evento, marcado na internet pelo movimento Vem Pra Rua, reuniu centenas de pessoas entre às 15h e 18h. O ato deste final de semana ganhou ainda mais força depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu alterar o entendimento sobre a prisão após a condenação em segunda instância, o que aconteceu na última quinta-feira, e acabou, por consequência, beneficiando o ex-presidente.
A integrante do movimento Livre Iniciativa para Todos e organizadora do protesto deste sábado, Paula Cassol lembra que este foi o primeiro ato desde 25 de agosto, quando foi pedido o impeachment do presidente do STF, Dias Toffoli, o veto à lei de abuso de autoridade e apoio à Lava Jato. "As pessoas já estavam apreensivas. Muita gente não quer a medida (fim da prisão em segunda instância)", assegura. Junto à voz dela, outras lideranças da direita gaúcha passaram parte da tarde de sábado se revezando no palanque montado sobre um caminhão de som, como o deputado federal Marcel van Hattem (Novo), deputado estadual Ruy Irigaray (PSL), o ex-senador Pedro Simon (MDB) e a vereadora porto-alegrense Comandante Nádia Gerhard (MDB), entre outros. Nos discursos, muitos ataques ao STF, à esquerda como um todo e em particular ao PT e ao Lula. Também foi falado sobre as soluções, que passam pelo Congresso Nacional votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 410, retomando o entendimento da prisão em segunda instância, e também da revogação da PEC da Bengala, reduzindo a idade máxima para a atuação dos magistrados.
Vestindo verde e amarelo, acompanhados de crianças e animais de estimação, os manifestantes protestaram de forma pacífica, segurando cartazes em apoio ao pacote anticrime do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e também contra o STF e a corrupção. Alguns também vestiam camisetas em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. "Nós temos que se organizar, mostrar que estamos mobilizados contra o que está acontecendo", pede o comerciante de Gravataí, João Soares Mateus, 58 anos. "Eu fiquei insatisfeita com a política praticada pela esquerda. Então eu venho às manifestações desde 2018. Tenho dois filhos, um de 9 e outro de 6 anos, e quero que o futuro fique melhor para eles. O que aconteceu nesta semana é um marco para a impunidade", argumenta a professora Fernanda Menezes Ulguim, 43, de Porto Alegre.
Segundo Paula, o ato em Porto Alegre teria reunido 35 mil pessoas. Número que não foi confirmado pela Brigada Militar. O Vem Pra Rua tinha programado manifestações em 137 cidades brasileiras, 12 delas aqui no Rio Grande do Sul.
Uruguaiana
Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, dezenas de manifestantes, integrantes do Movimento Civil Resgate Brasil, reuniram-se na rua Bento Martins, um dos quadrantes da praça Barão do Rio Branco, centro da cidade para protestar contra a decisão do STF que impede prisão antes do processo transitar em julgado.
Segundo a pecuarista Stella Alves – a concentração apela aos congressistas que aprovem a PEC 410 e revoguem a PEC da Bengala que aposentaria, compulsoriamente, ministros do Supremo aos 70 ao invés dos atuais 75 anos. No entorno populares portavam bandeiras, faixas, cartazes e, a maioria, trajava vestes em verde e amarelo. Os discursos aconteceram junto ao carro de som que durante a manifestação entoava hinos - Nacional, Soldado, República, Independência – entre outros.
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