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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Secretário que autorizava novos cursos deve deixar cargo a pedido do ministro da Educação

Weintraub decidiu pela saída de Ataíde Alves de área considerada estratégica no MEC

Weintraub demitiu secretário de cargo considerado estratégico pelo MEC

Weintraub demitiu secretário de cargo considerado estratégico pelo MEC | Foto: Wilson Dias / Agência Brasil / CP

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O ministro Abraham Weintraub demitiu o titular da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), Ataíde Alves. Ele era responsável por uma área considerada estratégica no Ministério da Educação (MEC), que aprova o credenciamento de novas faculdades e abertura de cursos na rede particular de ensino.

Oficialmente, o MEC não confirma a demissão. De perfil técnico, Alves atuava na pasta desde o governo Michel Temer e assumiu a chefia da Seres no fim de abril. O cargo foi o último a ser ocupado na gestão Weintraub.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a atuação de Alves não estava agradando a dirigentes e donos de faculdades particulares, pela falta de agilidade na liberação de novos credenciamentos. Ele também teria travado as discussões para desburocratizar o processo de regulação, contrariando o que vem defendendo o ministro. Em eventos do setor, Weintraub defende uma autorregulação das faculdades privadas com a mínima interferência governamental.

Outro motivo que teria levado à demissão de Alves é que ele estaria dificultando o andamento de um novo programa que o MEC pretende lançar para aumentar a carga horária de aulas no ensino médio. A proposta anunciada em agosto era que faculdades privadas recebessem alunos dessa etapa para complementar os estudos e em troca ganhassem um "bônus regulatório", um acréscimo na nota da avaliação feita pelo governo. A ideia é aproveitar a estrutura das faculdades, como laboratórios e salas de informática.

No início do governo Bolsonaro, a nova equipe do MEC enfrentou dificuldades para ocupar e manter nomes nos cargos. Em menos de três meses, houve mais de 15 exonerações no alto escalão. Sem experiência em gestão e com poucas conexões na área educacional, o ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez montou uma equipe a partir da indicação de vários grupos, o que resultou em uma disputa de interesses.

Future-se

O MEC planeja entregar o projeto de lei do Future-se para o Congresso, conforme o Estado apurou, até o dia 8 de novembro. Como o Ministério Público Federal (MPF) pediu para que fosse refeita a consulta pública sobre o programa para atender às regras previstas pela legislação, a comunidade acadêmica terá pouco mais de três semanas para discutir a nova minuta. Dirigentes de universidades federais consideram o prazo curto.

O Future-se é defendido pelo ministério como uma alternativa de financiamento para as universidades federais, que enfrentam uma crise orçamentária. O programa estimula a captação de recurso privado para financiar as instituições e flexibiliza regras para a contratação de professores, por exemplo.

A nova minuta foi apresentada nesta quarta-feira, 16, pelo secretário de ensino superior, Arnaldo Lima, para um grupo de reitores. Foi retirado o trecho que dizia que a diminuição de gastos com servidores seria um indicador obrigatório no contrato de adesão.


Agência Estado e Correio do Povo

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