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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Carne vermelha talvez não seja vilã da alimentação

| Foto: Zac Cain/ Unsplash

Estudo contraria a recomendação padrão dos médicos para redução de carne vermelha afim de evitar câncer e doenças cardíacas

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Reduzir o consumo de carne vermelha é um conselho médico padrão para prevenir câncer e doenças cardíacas, mas uma revisão de dezenas de estudos concluiu que o risco potencial é baixo, e as evidências, ainda incertas.

De acordo com as novas diretrizes publicadas na revista médica "Annals of Internal Medicine", um painel de pesquisadores de sete países sugeriu que os adultos "continuem com o consumo atual de carne vermelha".

O conselho, que imediatamente provocou uma forte reação de outros especialistas, acrescentou que os adultos também devem "continuar com o consumo atual de carne processada".

Publicada na revista editada pelo American College of Physicians, a pesquisa analisou vários estudos que, como um todo, mostraram que a redução do consumo de carne vermelha a três porções por semana poderia reduzir a mortalidade por câncer em sete mortes a cada mil pessoas.

Os pesquisadores disseram que a redução foi modesta e que eles encontraram apenas um grau "baixo" de certeza sobre as estatísticas.

Eles acrescentaram que a qualidade das evidências que relacionam a carne com doenças cardiovasculares e diabetes era "muito baixa".

"Existem reduções de risco muito pequenas de câncer, doenças cardíacas, diabetes, e as evidências são incertas", declarou à AFP Bradley Johnston, professor de Epidemiologia da Universidade Dalhousie, no Canadá, e diretor do grupo NutriRECS, que elaborou as diretrizes. "As pessoas precisam tomar suas próprias decisões. Estamos dando a melhor a estimativa da verdade", enfatizou.

Revisão do cardápio

Os pesquisadores disseram que querem mudar a abordagem da "velha escola" de dar recomendações nutricionais gerais e se concentrar mais nas evidências dos benefícios individuais. "As pessoas devem olhar para isso e, espero, tomar decisões pessoais informadas, em vez de ouvirem as organizações autorizadas dizerem o que fazer", destacou Johnston.

Comer menos carne vermelha e processada tem sido um pilar da orientação alimentar por décadas em muitos países e também nos principais grupos de saúde.

O Centro Internacional de Pesquisa de Câncer da Organização Mundial da Saúde garante que a carne processada é cancerígena, enquanto a carne vermelha é "provavelmente cancerígena".

Em resposta às diretrizes mais recentes, o Centro disse que não mudará seus conselhos.

"Mantemos nossa confiança nas rigorosas pesquisas realizadas ao longo de 30 anos", afirmou a diretora de Pesquisa, Giota Mitrou. Marji McCullough, epidemiologista da American Cancer Society, disse que os pesquisadores levaram em consideração os valores e preferências individuais das pessoas.

"É como dizer: 'Sabemos que os capacetes salvam vidas, mas algumas pessoas preferem sentir o vento nos cabelos quando andam de bicicleta. E, convenhamos, a maioria das pessoas não vai bater com a cabeça", afirmou.

"Mas todos concordam que o capacete deve ser usado", acrescentou.

E Kevin McConway, professor emérito de Estatística Aplicada da Universidade Aberta do Reino Unido, disse que a falta de evidências científicas sólidas significa apenas que há poucas respostas claras.

AFP


Correio do Povo


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