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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Cuba denuncia "censura" do Twitter por bloqueio de contas

Contas de veículos de imprensa e organismos oficiais foram suspensas durante fala do presidente cubano ao vivo

Apesar de alegações, rede social afirma que contas haviam

Apesar de alegações, rede social afirma que contas haviam "violado suas políticas" | Foto: Denis Charlet / AFP / CP

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Autoridades cubanas denunciaram nesta quinta-feira uma "censura" do Twitter, após a suspensão de dezenas de contas de veículos de imprensa e organismos oficiais, enquanto a rede social destacou violações em suas normas sobre múltiplas contas. A suspensão ocorreu na noite de quarta-feira, em um momento em que o presidente Miguel Díaz-Canel se apresentava ao vivo na televisão para falar sobre uma crise de combustíveis na ilha. O Ministério da Cultura considerou ter havido uma "operação do Twitter made in EUA para tentar silenciar Cuba" e denunciou que a rede social "censurou" as contas de vários de seus vice-ministros, além de que "muitas outras contas foram bloqueadas".

Durante a fala do presidente, o "Twitter suspendeu as contas dos principais veículos e operadores de informação em Cuba", informou a chancelaria cubana nesta rede social. "Em uma evidente operação orquestrada, tentou-se limitar os pronunciamentos dos revolucionários a favor da verdade", acrescentou. O corte de contas ocorreu enquanto o presidente cubano apontava Washington como responsável pela falta de combustível, por suas sanções contra a ilha. Quando o chefe de Estado começou a falar, a conta do programa foi suspensa, assim como a do canal de televisão Caribe e a de outros veículos de comunicação oficiais, incluindo os históricos jornais Granma e Juventude Rebelde.

As contas do Ministério das Comunicações, assim como a da deputada Mariela Castro - filha do ex-presidente Raúl Castro - e do Partido Comunista de Cuba (PCC, único) também foram suspensas, constatou a AFP. "O Twitter censura maciçamente jornalistas e mídia em Cuba", reagiu a União de Jornalistas cubanos, ao lembrar que o Grupo de Tarefas da Internet para Cuba, criado pelo Departamento de Estado americano, recomendou em junho usar esta rede social como "rodovia da subversão" na ilha.

Contatado pela AFP, o Twitter referiu-se a regras de manipulação em sua plataforma, particularmente à proibição de "amplificar ou perturbar de forma artificial as conversas através do uso de contas múltiplas". Sem querer entrar em detalhes, a rede social informou ter comunicado "violações de sua política diretamente aos proprietários das contas" referidas.

Cuba, um dos países que durante muitos anos foi dos menos conectados do mundo, transformou a informação em uma prioridade, com a chegada, em dezembro, da Internet aos telefones celulares (3G). Mas o governo lembrou em julho que a Internet deve ser "um instrumento para a defesa da revolução". A ilha é alvo regular de críticas de ONGs pelo controle excessivo nesta área. Em um recente informe, a ONG Freedom House denunciou que "os blogs e os sites críticos são frequentemente bloqueados".


AFP e Correio do Povo

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