Inclusão já consta no processo movido pela Caixa Econômica Federal: "Não seremos atingidos"
Por Ana Canhedo e Bruno Cassucci — São Paulo
A Arena Itaquera S/A, empresa sócia do Corinthians e dona do estádio do clube, teve o nome incluído na lista de inadimplentes do Serasa.
A inclusão já consta no processo de execução movido pela Caixa Econômica Federal. A informação foi inicialmente divulgada pelo Blog do Perrone e confirmada pelo GloboEsporte.com. O banco estatal cobra do Corinthians pelo financiamento na construção do estádio.
Usualmente, a partir do momento em que a ação é ajuizada, o Serasa recebe a informação da Justiça e inicia os trâmites para colocar o devedor no sistema. Assim, caso banco ou empresa consulte o sistema, saberá que existe uma ação contra o executado. A Caixa também havia solicitado a inclusão do fundo na lista de devedores.
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Arena Corinthians — Foto: Renato Pizzutto/BP Filmes
E o que isso significa para o Corinthians?
Na visão do diretor jurídico do Timão, Fábio Trubilhano, não há efeito prático prejudicial ao clube. Já que a inclusão no Serasa significa uma dificuldade da Arena Itaquera S/A em conseguir crédito no mercado. Só que quem opera de fato o estádio é o Corinthians e quem controla as contas é o Fundo Arena.
Assim, quem buscaria créditos e negociações para o estádio não seria a Arena Itaquera, mas sim o clube e o fundo. Nenhuma das entidades está com restrição de crédito atualmente. Desta forma, não há impacto na operação da casa corintiana.
– O Serasa recebe quase 30 mil ordens judiciais por mês referentes a dívidas cobradas em juízo. Não é algo excepcional, ocorreu em razão da execução proposta e o único efeito prático é a dificuldade em obtenção de crédito no mercado, o que não deve prejudicar a Arena Itaquera S/A, visto que a Arena não costuma ser tomadora de crédito. A inclusão no Serasa não atinge o clube – disse Fábio, ao GloboEsporte.com.
Há, porém, um impacto na imagem do clube. Ainda na busca por conseguir naming rights para a Arena, o Corinthians terá mais dificuldade de encontrá-lo em meio ao processo movido pela Caixa.
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Entenda o caso
No processo de execução, a Caixa ainda cobra uma multa de R$ 48,7 milhões do Timão pelo atraso de seis parcelas no pagamento da Arena (março, abril, maio, junho, julho e agosto de 2019). De acordo com documentos, apenas os meses de janeiro e fevereiro foram quitados.
O banco emprestou R$ 400 milhões para a construção do estádio. Já foram pagos, de acordo com o Corinthians, R$ 170 milhões. Com juros e correções, ainda segundo o clube, o valor atual da dívida é de R$ 487 milhões. Já a Caixa pede na execução, com a multa, R$ 536 milhões.
– Vai ter um acordo, mas vai ser do jeito que a gente quer – resumiu Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, em zona mista na Arena, na última quarta-feira.
Globoesporte
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