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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

QUERELAS DO BRASIL!

(Josef Barat - O Estado de S. Paulo, 13) A canção de Aldir Blanc e Mauricio Tapajós chamava a atenção para a falta de sintonia das elites brasileiras com o povo. Trazendo para a economia, ao longo de décadas elites e governantes perderam a sintonia com os anseios do País. São muitas as querelas.
Comecemos com as disparidades pessoais e regionais de renda. Estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento analisou 29 países – desenvolvidos e em desenvolvimento – e mostrou que o Brasil está no grupo das dez nações mais desiguais. O 1% mais rico concentra 23% do total da renda do País, nível bem acima da média internacional. Dados de Imposto de Renda referentes ao período de 2006 a 2014 mostram que a desigualdade não diminuiu no País nos oito anos analisados.
Por outro lado, relatório do Banco Mundial mostra que, no Brasil, servidores públicos federais ganham 67% a mais do que um empregado no setor privado em função semelhante e igual formação e experiência profissional. O chamado “prêmio salarial” do funcionalismo brasileiro é o mais alto em uma amostra de 53 países pesquisados. O Banco avalia que os salários elevados dos servidores contribuem para aumentar a desigualdade. Para os servidores estaduais, a diferença é de 31%, patamar também alto, uma vez que a média internacional em países com níveis médios e altos de desenvolvimento é de 16%. Sendo os altos salários dos servidores financiados por meio de tributação, ao final, trata-se de uma forma de redistribuição de renda das classes pobres e médias para os mais ricos. Das dez atividades com salários mais elevados, seis estão no setor público, o que coloca os funcionários públicos federais no topo da distribuição de renda do País.
A segunda querela é a da educação. O sistema educacional brasileiro não só reflete as desigualdades, como as perpetua. Segundo dados do IBGE, a taxa de analfabetismo da população com mais de 15 anos no Brasil é de 7% (2017). O dado representa 11,5 milhões de indivíduos que não sabem ler e escrever, não considerada a massa considerável de analfabetos funcionais. As disparidades regionais são gritantes, sendo a taxa, por exemplo, de 18,2% em Alagoas e 16,7% no
Maranhão, ante 2,6% em São Paulo e Santa Catarina. Sendo grande parte dos recursos públicos direcionados para universidades gratuitas em detrimento da educação básica, perpetua-se mais um mecanismo de manutenção da pobreza e transferência de renda para os mais ricos.
Uma terceira querela é a da produtividade do trabalho, afetada evidentemente pela desigualdade social e mazelas do sistema educacional. Segundo análise do Insper, nas últimas décadas o Brasil teve avanço insignificante em sua produção por trabalhador, passando de US$ 25 mil, em 1994, para US$ 30 mil, em 2016 (19% em mais de 20 anos). Comparativamente à produção por trabalhador dos Estados Unidos (que cresceu 48% no período), estamos em um patamar pior do que estávamos na década de 1990. Sabe-se que uma série de fatores influencia os baixos níveis de produtividade no Brasil. Mas a Educação e os parcos investimentos em infraestrutura continuam sendo os principais problemas. Se foi ampliado o acesso dos jovens à escola e o número de anos de estudo, eles não receberam uma educação de qualidade que lhes permitisse ser mais produtivos. O Brasil está há décadas entre os piores do mundo em qualidade da educação.
Perpetuam-se mecanismos de manutenção da pobreza e transferência de renda para os mais ricos no País
Por fim, mas não esgotando as querelas, a falta de qualidade do sistema educacional é o grande freio ao desenvolvimento. O Brasil tem baixo porcentual de alunos formados em ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Enquanto China, Coreia do Sul e Estados Unidos têm metade dos universitários nessas áreas, no Brasil a parcela não passa de 15%. Parcerias entre empresas e universidades para a produção de novas tecnologias por meio de incubadoras ainda são muito reduzidas. Desta forma, a maior parte das empresas brasileiras se vale de técnicas mais rudimentares de produção, baixando a média da produtividade e tornando-se pouco competitiva. O Brazil não conhece o Brasil...


Ex-Blog do Cesar Maia


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