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quinta-feira, 11 de julho de 2019

PT é o partido que mais recebe emendas parlamentares no governo Bolsonaro


  • por Lúcio Vaz

Manifestante segura bandeira do PT em Curitiba. Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Principal sigla da oposição se beneficia da liberação de emendas parlamentares.| Foto: Antônio More/Arquivo Gazeta do Povo

O governo Bolsonaro acelerou o pagamento de emendas de parlamentares ao Orçamento da União nos últimos meses. Em maio foram quase R$ 600 milhões, segundo dados do portal Siga Brasil. Mas o partido mais beneficiado não foi o PSL do presidente ou mesmo alguma das siglas do Centrão, bloco que forma a maior força política do Congresso.

A bancada do PT foi a que mais recebeu recursos de emendas entre janeiro e maio deste ano – R$ 69 milhões –, considerando apenas os parlamentares da atual legislatura que foram beneficiados até maio. O PP, maior partido do Centrão, vem em seguida, com R$ 51 milhões. O PSL teve de se contentar com R$ 6,7 milhões. Um deputado do PSOL, o paraense Edmilson Rodrigues, é um dos campeões em emendas liberadas até agora.

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As emendas individuais são usadas para financiar obras de pequeno e médio porte nos redutos eleitorais de deputados e senadores. Tradicionalmente, são usadas como moeda de troca no Congresso. Os parlamentares aprovam os projetos do governo e recebem recursos para suas emendas – o chamado “toma lá, dá cá” da política. O presidente Jair Bolsonaro afirma que não entrará nesse jogo.

Nos governos anteriores, do PT e do PSDB, partidos governistas e aliados tinham atendimento privilegiado na execução (pagamento) dessas emendas. Parece não estar havendo o mesmo no atual governo. Resta saber qual será a reação dos aliados, principalmente do Centrão (PP, PL, PRB, PTN e Solidariedade), ao saber que a oposição está tendo tratamento preferencial. E o “toma lá, dá cá” é muito praticado pelo bloco, em qualquer governo. O apoio à reforma da Previdência pode sofrer abalos.

Os partidos mais atendidos

Legenda
valor (R$ milhões)

PT
69

PP
51

MDB
47

DEM
39

PSDB
35

PL
34

PSD
33

Podemos
27

PDT
26

PSB
26

PRB
21

PCdoB
14

PSOL
11

Solidariedade
11

Cidanania
7

PSL
7

PROS
6

PTB
2

Deputado petista levou mais que Bolsonaro

O PT elegeu a maior bancada na legislatura passada, o que assegurou a apresentação de um número maior de emendas, enquanto o PSL tinha apenas um deputado. Isso explica parte da história. Mas os números deste ano mostram algumas distorções na distribuição dos recursos.

Com apenas oito deputados, o PCdoB recebeu R$ 14,4 milhões para suas emendas. Com 31 deputados, o PRB foi contemplado com R$ 21 milhões. Os 14 deputados do Solidariedade somaram apenas R$ 10 milhões.

Entre os quatro deputados desta legislatura que mais receberam recursos, dois são da oposição. Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) ficou com R$ 5 milhões; enquanto Pedro Uczai (PT-SC) chegou a R$ 4,4 milhões. Os dois foram mais bem atendidos do que o ex-deputado Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo. O seu governo executou R$ 3,3 milhões das suas emendas. O senador Romário (PODE-RJ) lidera o ranking entre todos os parlamentares, com R$ 6,4 milhões em emendas executadas.

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O filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), conseguiu liberar R$ 2,3 milhões. O líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), ficou com R$ 1,4 milhão. Na Câmara, o líder do partido do presidente, Delegado Waldir (GO), que já era deputado no ano passado e pôde apresentar as suas emendas, foi acolhido com R$ 949 mil – quase o mesmo que recebeu Zeca Dirceu (PT-PR), o deputado que chamou o ministro Paulo Guedes de “tchutchuca” em uma sessão na CCJ da Câmara: R$ 925 mil.

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que chamou o ministro Sérgio Moro de “juiz ladrão” na terça-feira (2), já levou R$ 1,5 milhão em emendas. Com 10 deputados, o PSOL recebeu R$ 10,8 milhões. O líder do partido na Câmara, Ivan Valente (SP), um oposicionista radical, conseguiu R$ 1,3 milhão. Veja a lista com os parlamentares mais beneficiados.

Liberação de verbas dispara

A liberação de emendas começou lentamente, como acontece todos os anos. Foram R$ 86 milhões em janeiro e R$ 53 milhões em fevereiro. Mas a execução começou a andar após a apresentação do projeto da reforma da Previdência pelo presidente da República e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no final de fevereiro.

Em março, foram liberados R$ 377 milhões. Em abril, mês em que o projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mais R$ 455 milhões foram executados. Em maio, com o início da tramitação na Comissão Especial, jorraram R$ 590 milhões. As liberações já somam R$ 1,56 bilhão.

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Mesmo com o tratamento generoso à oposição, sobrou muito dinheiro para os aliados. Os seis partidos que formam o Centrão – PP, PL (ex-PR), PSD, PRB, Solidariedade e PTB – somaram R$ 152 milhões em emendas liberadas. O DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), foi atendido em R$ 39 milhões. O MDB, aliado de todos os governos, ganhou R$ 47 milhões. Os tucanos levaram R$ 35 milhões. Esses números não contam as liberações feitas para emendas de deputados e senadores que não se reelegeram.

As bancadas estaduais levaram um total de R$ 486 milhões. A bancada de Minas Gerais lidera com R$ 61,8 milhões. Em seguida vem o Rio Grande do Norte, com R$ 61,6 milhões; e o Rio Grande do Sul, com R$ 52,4 milhões. A maior bancada, de São Paulo, conseguiu apenas R$ 21,5 milhões. Essas emendas são destinadas a grandes obras, principalmente nas áreas de infraestrutura e saúde.

Os dados desse levantamento foram extraídos do portal Siga Brasil do Senado Federal, com processamento da ONG Contas Abertas, especializada na fiscalização dos gastos públicos.


Gazeta do Povo


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