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terça-feira, 16 de julho de 2019

ESPAÇO PENSAR+

Eis o texto do pensador Marcio Coimbra - EMBAIXADOR EDUARDO - :

A possível indicação do deputado Eduardo Bolsonaro para ocupar o cargo de embaixador do Brasil em Washington é alvo de debate desde que a notícia ganhou a imprensa. Tornou-se mais um foco de discussão entre aqueles que apoiam e os que fazem oposição ao governo. Proponho ir além e analisar do ponto de vista prático, diante da situação posta, os eventuais desdobramentos de sua presença nos Estados Unidos.

Brasília e Washington vivem um período singular de sua relação. Desde o Barão do Rio Branco o Brasil tornou-se aliado estratégico dos americanos, sendo, por exemplo, a primeira nação que entendeu o deslocamento do eixo de poder da Europa para a América, de Londres para Washington, um movimento estratégico importante e que colocou nosso país na vanguarda das relações internacionais. Uma relação que oscilou ao longo da história, mas que retomou seu curso com a chegada deste governo, que desde o princípio se moveu pelo resgate desta relação.

Isto é resultado de um movimento convergente, que coincidentemente colocou presidentes de visões políticas semelhantes no comando de ambos países. Um alinhamento que há tempos não se enxergava na relação bilateral. Isto abre um leque de oportunidades. Este potencial já começou a ser explorado mediante a assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, o apoio decisivo dos EUA para o ingresso do Brasil na OCDE e nossa designação como aliado preferencial extra-Otan. Neste cardápio ainda existem diversas iniciativas também operadas pelo ministro Ernesto Araújo, que colhe sucessivas vitórias em sua atuação estratégica.

Diante da dinâmica da política americana e seu atual governo, os ganhos de um parlamentar conduzindo os interesses do Brasil em Washington, alguém que entende a dinâmica do Congresso, é um ativo que pode fazer enorme diferença na relação bilateral. O poder nos EUA gravita de forma substancial no Parlamento. Os americanos, além disso, entendem melhor do que ninguém o potencial de uma indicação política para chefiar uma embaixada, prática comum usada pela Casa Branca. Diante da postura de Trump, a presença de Eduardo na capital americana, com ligação direta ao Planalto, é um ativo nada desprezível. Trabalhei por longos anos na política de Washington e posso assegurar que existem ganhos estratégicos nesta indicação.

Além disso, Eduardo Bolsonaro vem criando uma reputação na capital americana, algo fundamental para se movimentar por lá. Acompanhei o deputado em audiências na Casa Branca e no Congresso dos EUA no final do último ano. A impressão deixada em senadores como Ted Cruz, Marco Rubio e Rick Scott foi a melhor possível. Os deputados também ficaram com a mesma sensação, assim como ex-prefeito de Nova York, Rudy Giuliani.

Precisamos ir além da guerra política e diante da situação posta enxergar como este caminho pode abrir portas de forma efetiva, diante de um alinhamento histórico. Uma indicação política de um parlamentar com trânsito livre no Planalto, alinhado com a política externa e com interlocução direta com a Casa Branca é um ativo incalculável para a construção de pontes seguras e duradouras em nossa relação bilateral com Washington.


Pontocritico.com

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