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segunda-feira, 24 de junho de 2019

PSL e PSOL são os partidos mais coesos

Em lados políticos opostos, siglas demonstram unidade diante da orientação da liderança na quase totalidade das votações na Câmara

Daniel Bramatti e Cecília do Lago, O Estado de S.Paulo

ctv-rjw-deputadosDeputados governistas acompanham votação na Câmara Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

Os deputados do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, podem se digladiar no WhatsApp e no Twitter, mas no plenário da Câmara têm votado com coesão similar à do PT e PSOL, do bloco de esquerda e de oposição. Em um ranking de coesão nas votações feitas desde a posse de Bolsonaro, considerando as 15 maiores bancadas, PSL e PSOL aparecem empatados em primeiro lugar, seguidos de perto por PT, Novo e DEM.

A legenda de Bolsonaro era nanica até a legislatura passada. Empurrada pela popularidade do então candidato à Presidência, elegeu no ano passado 52 deputados, conquistando o posto de segunda maior bancada na Câmara, atrás apenas do PT, com 56. Com as trocas de partidos após a eleição, PSL e PT estão hoje empatados em número de integrantes (54 cada um).

A bancada bolsonarista é majoritariamente formada por deputados em primeiro mandato e sem experiência política. No início do governo, conversas vazadas de um grupo de WhatsApp do PSL revelaram disputas por cargos e ameaças de desfiliação e expulsão. Na prática, porém, a disciplina interna é altíssima.

O ranking de coesão foi feito a partir do chamado índice de Rice, uma métrica utilizada na ciência política para medir a disciplina partidária, ou seja, o quanto um partido costuma se dividir ao votar. O índice vai de 0 (divisão total entre duas facções de tamanho igual) até 1 (atuação consensual).

Para o cálculo dos índices de cada partido, foram consideradas só as votações em que o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), orientou os aliados de Bolsonaro a votar a favor ou contra determinada proposição. Não entraram na análise os casos em que o líder não se posicionou, deixando as bancadas votarem segundo suas preferências.

A análise dos padrões de votação foi feita pelo Estadão Dados a partir dos registros de votos que alimentam o Basômetro, ferramenta online que mede o governismo de deputados e bancadas partidárias na Câmara.

Unidade. Da posse até a terceira semana de junho, o PSL praticamente não registrou dissidências, ficando, na média de todas as votações, com índice de Rice 1, o máximo valor possível. Dos 3.277 votos que, em conjunto, os 54 deputados do PSL já registraram desde a posse, 3.179 foram a favor de Bolsonaro e apenas 48 contra – consideradas aqui apenas as votações em que houve orientação do líder do governo.

No ranking de coesão, isso coloca o PSL em situação de empate com o PSOL, partido altamente ideológico e disciplinado ao votar. Também aparecem com alta taxa de coesão o Novo e o DEM, partidos que têm perfil ideológico próximo ao do PSL. As legendas têm os índices 0,96 e 0,95, respectivamente.

O PSDB, principal adversário do PT nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, tem, na gestão Bolsonaro, votado com alta coerência interna (índice de Rice de 0,90) e alto grau de apoio aos projetos de interesse do Executivo (93% de governismo, segundo o Basômetro).

O MDB vive uma situação curiosa. Neste momento, em que o partido não tem vínculo formal com o governo, suas taxas de governismo e de coesão são mais altas ou similares às registradas nos períodos petistas em que a legenda fez parte da base de apoio ao Executivo. Segundo o Basômetro, o MDB, em seu conjunto, votou 92% a favor de Bolsonaro. No segundo mandato de Lula, essa taxa foi de 90% e nas duas gestões de Dilma foi de 81% e 76%, respectivamente. Já o índice que representa a coesão do MDB foi de 0,92 na média desde a posse – nos mandatos petistas, variou entre 0,75 e 0,91.

O PT tinha alto governismo e alta coesão até ser destituído do poder, em 2016. Agora, na oposição, continua com alta coesão: o índice de Rice da bancada petista é 0,98, quase o valor máximo.

Omissão. O Estado revelou que o governo Bolsonaro abriu mão de orientar seus aliados em quase um terço das votações na Câmara nos primeiros cinco meses de gestão. Por isso, essas votações não foram consideradas na análise.

A “taxa de omissão”, atípica e bem maior que a registrada por presidentes que antecederam o atual, ocorre em um contexto em que o governo não tem controle sobre a pauta de votações da Câmara. Bolsonaro não tem uma base formal de apoio no Legislativo porque resiste a ceder cargos e participação nas decisões do governo.

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Estadão


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