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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Bolsonaro solicita ampliação da participação do Exército em obras de infraestrutura

Em encontro com jornalistas, presidente destacou que deu sinal verde para uma eventual privatização dos Correios

Presidente reforçou que não abre mão do Banco do Brasil e da Caixa como estatais

Presidente reforçou que não abre mão do Banco do Brasil e da Caixa como estatais | Foto: Flickr / Presidência da República / CP

A participação do Exército em obras de infraestrutura, como ao assumir a duplicação da BR 116 no Rio Grande do Sul, por exemplo, poderá resultar um maior número de militares mobilizados para esta área. Em reunião com jornalistas na manhã desta quinta-feira no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que está solicitando ao Ministério da Defesa a ampliação da condição de participação nesse tipo de empreendimento. Segundo o chefe do Executivo, há possibilidade, por exemplo, de que, entre os cadetes que são destinados  anualmente para as diversas armas do Exército, passem de 30 para 40 os que vão para a Engenharia.
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Durante o encontro em Brasília, o turismo também foi um tópico mencionado pelo presidente. Ele lembrou que, apesar de ter sido muito criticado por terminar com a reciprocidade ao deixar de exigir vistos para turistas dos Estados Unidos, a decisão já resulta em um incremento de 200% na vinda de norte-americanos para o Brasil. Bolsonaro também disse que pretende modificar restrições com relação a reservas ecológicas, como no caso da baía de Angra dos Reis, que na sua opinião tem mais potencial do que Cancún, no México, por exemplo, podendo resultar em mais recursos para o país. Ele citou que o turismo de mergulho poderia ser interessante para esta e outras regiões, mas que ainda há limitações que precisam ser removidas, como no caso da Reserva de Tamoios, que inviabilizaria o crescimento em Angra.

Bolsonaro também falou a respeito de privatizações, adiantando que deu sinal verde para que seja estudada a eventual privatização dos Correios. O presidente disse que costumava ter uma ideia mais estatizante no passado, mas que mudou de opinião depois que passou a conversar com o atual ministro da Economia, que lhe mostrou as vantagens da desestatização. Garantiu, no entanto, que não abre mão de manter o Banco do Brasil e a Caixa Federal como estatais. "Sou bem casado com o Paulo Guedes", observou o presidente, garantindo que não tiveram nenhuma briga.

Segundo ele, atualmente o maior objetivo é acelerar a privatização do refino do petróleo. Na linha das privatizações, o ministro Onyx Lorenzoni ressaltou a obtenção de cerca de R$ 6,2 bilhões na infraestrutura, lembrou a verba obtida com outorgas e disse que os números chegam  a R$ 9,3 bilhões.

O presidente ainda falou sobre seu propósito no cargo. "Sou cristão, devo minha vida a Deus e acredito que estou em uma missão de Deus", comentou. Ao falar sobre a necessidade de sucesso de sua gestão, Bolsonaro fez um alerta a respeito de países como a Argentina, que, segundo ele, poderá voltar ao Peronismo. Na visão do chefe do Executivo, se o Brasil voltar para o que havia “antes do presidente (Michel) Temer)”, uma oportunidade única para garantir a democracia poderia ser perdida. Ao reforçar sua missão, lembrou que poderia estar reeleito como deputado federal ou até mesmo aposentado, e afirmou: "Se eu quisesse paz, não estaria aqui". Disse ainda que está feliz no cargo apesar das dificuldades que tem enfrentado na política  "Tenho engolido sapos pela fosseta lacrimal".

Outro ponto mencionado durante o encontro com jornalistas foi a responsabilidade da classe política nos destinos do Brasil. O presidente lembrou que já foi criticado por parlamentares em decorrência de declarações nesse sentido, mas reafirmou que considera que os políticos têm, sim, que assumir as responsabilidades pela situação do país. "Eu também estou no bolo", afirmou, explicando que os destinos dos brasileiros estão nas mãos dos políticos desde o fim do governo Figueiredo e que ele próprio tem mandatos há 28 anos. "Um espirro meu pode dar problema", observou, lembrando a sua condição atual de presidente da República.


Correio do Povo

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