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quinta-feira, 21 de março de 2019

Proposta dos militares prevê progressão de alíquota sobre rendimento bruto | Clic Noticias

Projeto ainda reduz o rol de dependentes para apenas duas categorias
Ministro da Defesa fala sobre os principais pontos do projeto
Ministro da Defesa fala sobre os principais pontos do projeto | Foto: Will Shutter / Câmara dos Deputados / CP
A proposta de reforma dos militares prevê a cobrança de uma alíquota de 10,5% sobre o rendimento bruto dos militares das Forças Armadas de todas as categorias: ativos inativos, pensionistas, cabos, soldados e alunos de escolas de formação. Hoje, apenas ativos e inativos pagam uma alíquota de 7,5%. Os demais não recolhem para o pagamento de suas aposentadorias. O aumento será gradual. A partir de 2020, a cobrança passa a ser de 8,5%, porcentual elevado a 9,5% em 2021. De 2022 em diante, a alíquota chegará aos 10,5%. A alíquota do fundo de saúde foi mantida em 3,5%, e o recolhimento não é feito apenas pelos alunos de escolas de formação. Com isso, a alíquota total máxima vai para 14%.
Tempo mínimo
Pelo projeto haverá um aumento do tempo mínimo de atividade para a aposentadoria dos atuais 30 anos para 35 anos. Essa exigência, entretanto, valerá apenas para os novos ingressantes nas Forças Armadas. Quem está na ativa precisará cumprir um pedágio de 17% sobre o tempo que falta hoje para a reserva. Quem ingressou há dez anos, por exemplo, vai se aposentar com 33,4 anos de atividade. Um militar com 20 anos de serviço, por sua vez, vai para a reserva quando completar 31,7 anos de atividade. A proposta também altera a idade limite para a transferência para a reserva conforme o posto ou graduação na carreira. Hoje, um soldado que não consiga progredir na carreira vai para a reserva aos 44 anos (menor idade possível).
Esse patamar será elevado a 50 anos. No maior posto, um general de Exército pode ficar na ativa até os 66 anos atualmente, idade que passará a 70 anos. A proposta ainda reduz o rol de dependentes dos militares. Hoje, independentemente de rendimentos, oito categorias podem ser dependentes dos integrantes das Forças Armadas, número reduzido agora para duas. Os dependentes, desde que não tenham rendimentos, por sua vez, caem de 10 para três categorias.
Reestruturação e carreira diferenciada
A reestruturação da carreira dos militares será implementada de forma gradual ao longo dos próximos quatro anos “para garantir o equilíbrio do sistema”, diz o documento de apresentação da proposta divulgada. O texto prevê o pagamento de um adicional de habilitação, pago a quem passa por capacitações, num porcentual que vai de 12% até 71%. O governo ressaltou que o valor é o mesmo no início, meio e fim de cada carreira e que o porcentual incide apenas sobre a parcela do soldo.
“Isso contribui para o incentivo à capacitação e serve como fator de valorização da meritocracia, de forma a estimular o aperfeiçoamento, concorrendo para a atração e retenção de profissionais cada vez mais capacitados”, diz o governo. O projeto de reestruturação das carreiras dos militares prevê o pagamento de um “adicional de disponibilidade militar” mensal a partir de 1º de janeiro de 2020. O porcentual, que vai de 5% até 32%, incide sobre a parcela do soldo de oficiais e praças.
O governo argumenta que a disponibilidade permanente é a “peculiaridade” da profissão militar, que ficam de prontidão “a qualquer tempo” para serem deslocados e atuarem na defesa do País. Segundo o documento, o adicional “é inerente à disponibilidade permanente e à dedicação exclusiva”. A proposta ainda mantém a gratificação de representação, parcela remuneratória mensal devida aos oficiais generais das três Forças na ativa e na inatividade. A apresentação contém ainda 14 páginas com uma série de dados sobre a atuação dos militares e a importância, na visão do governo, de fazer a reforma.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, justificou a inclusão da reestruturação da carreira dos militares, que custará R$ 86,85 bilhões em dez anos, dizendo que alguns integrantes das Forças Armadas acabariam ganhando menos que o salário mínimo após o aumento nas alíquotas de contribuição da categoria. Marinho respondeu apenas a uma pergunta e deixou a entrevista coletiva sem esclarecer se a medida deve atrapalhar as articulações com o Congresso Nacional.
Segundo o secretário, as Forças Armadas receberam tratamento especial assim como outras carreiras na PEC da Previdência, como professores, trabalhadores rurais e policiais. “Desde o início dizemos que é dever de Justiça tratar os desiguais de forma desigual”, afirmou. Marinho buscou destacar que, desde 20 de fevereiro, quando previu uma economia de R$ 92,3 bilhões com a reforma nas aposentadorias dos militares em dez anos, a equipe econômica conseguiu elevar esse valor no processo de negociação com o Ministério da Defesa. Essa economia passou a R$ 97,3 bilhões. Os integrantes do governo têm destacado para a necessidade de avaliar os impactos “separadamente”. “O projeto representa a média do sentimento do governo e respeita a especificidade da carreira”, afirmou.
Indenização por transferência
Pelo texto do governo Armadas está previsto  um aumento da indenização que é paga quando o militares são transferidos para a inatividade. A indenização sobe de quatro para oito vezes o valor do soldo dos militares. Esse pagamento é feito uma única vez. Segundo o governo, a medida visa mitigar as despesas com que os militares arcam quando são transferidos para a inatividade.
Custos
O aumento dos salários dos militares previsto no projeto de lei que reforma as carreiras das Forças Armadas vai custar R$ 86,85 bilhões em 10 anos, de acordo com dados divulgados esta quarta-feira, 20, pelo governo federal. A economia com as mudanças nas regras de Previdência será de R$ 97,3 bilhões, resultando num ganho de R$ 10,45 bilhões em 10 anos. Esse aumento de salários está sendo chamado de reestruturação das carreiras. Os dados mostram que a equipe econômica conseguiu reduzir o custo dessa reestruturação, que já enfrenta resistências no Congresso. O custo estava até nesta quarta pela manhã estimado em R$ 101 bilhões. Por outro lado, a economia com as mudanças nas regras de previdência ficou menor do que os R$ 110 bilhões esperados. A proposta inicialmente apresentada à equipe econômica pelos militares previa um impacto negativo de R$ 10,4 bilhões. A equipe econômica conseguiu reverter essa posição.
Agência Estado e Correio do Povo

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