República da África do Sul | |
Lema: !ke e: ǀxarra ǁke (ǀXam) Verskillende mense verenig (Africâner) Português: Diversos povos se unem. | |
Hino nacional: National anthem of South Africa | |
Gentílico: sul-africano(a) austro-africano(a)[1] | |
Localização da África do Sul. | |
Capital | Pretória (executiva) Cidade do Cabo (legislativa) Bloemfontein (judiciária) 25°44′42″S 28°11′25″E |
Cidade mais populosa | Joanesburgo |
Língua oficial | |
Governo | República parlamentarista unitária de partido dominante |
- Presidente | Cyril Ramaphosa |
- Vice-presidente | David Mabuza |
- Presidente do Conselho Nacional de Províncias | M. J. Mahlangu |
- Presidente da Assembleia Nacional | Max Sisulu |
- Presidente do Tribunal Constitucional | Mogoeng Mogoeng |
Independência | do Reino Unido |
- União Sul-Africana | 31 de Maio de 1910 |
- Estatuto de Westminster | 11 de Dezembro de 1931 |
- República | 31 de Maio de 1961 |
Área | |
- Total | 1 221 037 km² (25.º) |
Fronteira | Namíbia, Botsuana, Zimbábue, Moçambique, Suazilândia e Lesoto |
População | |
- Estimativa para 2018 | 57 725 600 [2] hab. (25.º) |
- Censo 2011 | 51 770 560 [3] hab. |
- Densidade | 42,4 hab./km² (169.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2018 |
- Total | US$ 794,7 bilhões[4] (30.º) |
- Per capita | US$ 13 840[4] (90.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
- Total | US$ 370,8 bilhões*[4] (35.º) |
- Per capita | US$ 6 459[4] (88.º) |
IDH (2017) | 0,699 (113.º) – médio[5] |
Gini (2014) | 63,0[6] |
Moeda | Rand (ZAR )
|
Fuso horário | Tempo do Sul da África (UTC+2) |
Cód. ISO | ZA |
Cód. Internet | .za |
Cód. telef. | +27
|
Website governamental | http://www.gov.za/ |
Considerado uma economia de renda média alta pelo Banco Mundial, o país é considerado um mercado emergente. A economia sul-africana é a segunda maior do continente (atrás apenas da Nigéria) e a 25ª maior do mundo (PPC). Multiétnico, o país possui as maiores comunidades de europeus, indianos e mestiços da África. Apesar de 70% da população sul-africana ser composta por negros,[11] este grupo é bastante diversificado e abrange várias etnias que falam línguas bantas, um dos idiomas que têm estatuto oficial.[7] No entanto, cerca de um quarto da população está desempregada[12] e vive com menos de 1,25 dólar por dia.[13]
A África do Sul é uma democracia constitucional, na forma de uma república parlamentar; ao contrário da maioria das repúblicas parlamentares, os cargos de chefe de Estado e chefe de governo são mesclados em um presidente dependente do parlamento. É um dos poucos países africanos que nunca passaram por um golpe de Estado ou entraram em uma guerra civil depois do processo de descolonização, além de ter eleições regulares sendo realizadas por quase um século. A grande maioria dos negros sul-africanos, no entanto, foram completamente emancipados apenas depois de 1994, após o fim do regime do apartheid. Durante o século XX, a maioria negra lutou para recuperar os seus direitos, que foram suprimidos durante décadas pela minoria branca, dominante política e economicamente, uma luta que teve um grande papel na história e recente do país.
O país é um dos membros fundadores da União Africana, da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), além de ser membro do Tratado da Antártida, do Grupo dos 77, da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, da União Aduaneira da África Austral, da Organização Mundial do Comércio (OMC), do Fundo Monetário Internacional (FMI), do G20, do G8+5 e é uma das nações BRICS. Tem ainda a melhor infraestrutura e a segunda maior economia do continente.[14][15]
Índice
Nome
Mzansi, derivado do Xhosa substantivo umzantsi que significa "sul", é um nome coloquial para a África do Sul,[16][17] enquanto alguns partidos políticos pan-africanistas preferem o termo "Azania".[18]História
Ver artigo principal: História da África do Sul
Pré-história
A África do Sul contém alguns dos mais antigos sítios arqueológicos e fósseis humanos do mundo.[19][20][21] Vários restos de fósseis foram recuperados a partir de uma série de cavernas na província de Gauteng. A área é um Patrimônio Mundial pela UNESCO e foi denominada o Berço da Humanidade. Os locais incluem Sterkfontein, que é um dos mais ricos territórios de fósseis hominídeos no mundo. Outros locais incluem Swartkrans, Caverna de Gondolin, Kromdraai, Caverna Coopers e Malapa. O primeiro fóssil de hominídeo descoberto na África, a Criança de Taung, foi encontrado perto da cidade de Taung, na província Noroeste, em 1924. Outros restos de hominídeos foram recuperados a partir de sítios de Makapansgat em Limpopo, Cornelia e Florisbad no Estado Livre, Caverna Border em KwaZulu-Natal, na embocadura do rio Klasies em Eastern Cape e Pinnacle Point, Elandsfontein e na Caverna Die Kelders em Western Cape. Esses sítios indicam que várias espécies de hominídeos viviam na África do Sul há cerca de três milhões de anos, entre eles o Australopithecus africanus.[22]Expansão bantu
Ver artigo principal: Expansão bantu
O grupo meridional era o povo xhosa, cuja linguagem incorpora certos traços linguísticos dos povos khoisan anteriores. Os xhosa chegaram ao rio Great Fish, na atual Província do Cabo Oriental. Como eles migravam, essas populações maiores da Idade do Ferro deslocavam ou assimilavam os povos anteriores. Em Mpumalanga, vários círculos de pedra foram encontrados junto a arranjos de pedras que tem sido chamado Calendário de Adão.[24][25]
Contato português
Ver artigos principais: Grandes Navegações e Império Português
Em 4 de dezembro, Dias desembarcou em Walfisch Bay (agora conhecido como Walvis Bay, na atual Namíbia). Antes disto, em 1485, Diogo Cão tinha chegado a Cabo Cross, 160 km a norte de Walvis bay.[26]
Depois de 8 de janeiro de 1488, impedido de prosseguir ao longo da costa por conta de tempestades, Dias navegou em alto mar e passou o ponto mais meridional da África sem vê-lo. Ele chegou até a costa oriental de África, no que chamou de Rio do Infante, provavelmente o atual rio Groot, em maio de 1488, mas em seu retorno, viu o Cabo, que chamou de primeira Cabo das Tormentas.[27]
Mais tarde, o rei João II de Portugal rebatizou o ponto para Cabo da Boa Esperança, uma vez que levava às riquezas das Índias Orientais. A façanha de Dias foi posteriormente imortalizada por Luís de Camões no poema épico Os Lusíadas (1572).[27]
Colonização europeia
Durante a década de 1830, cerca de doze mil bôeres (mais tarde conhecido como Voortrekkers) partiram da Colônia do Cabo, onde tinham sidos submetidos ao controle britânico. Eles migraram para as regiões que mais tarde se tornariam Natal, Estado Livre de Orange e Transvaal.[30] Os bôeres fundaram a República Sul-Africana (atual Gauteng, Limpopo, Mpumalanga e províncias do oeste e do norte) e o Estado Livre de Orange (Free State).[31]
A descoberta de diamantes, em 1867, e de ouro, em 1884, no interior do país, iniciou a "Revolução Mineral" e o aumento do crescimento econômico e da imigração. Isto intensificou a subjugação dos povos indígenas pelos sul-africanos europeus. A luta para controlar esses importantes recursos econômicos foi um fator decisivo nas relações entre os europeus e os nativos e também entre os bôeres e os britânicos.[32]
Guerra dos Bôeres
Dentro do país, as políticas antibritânicas entre brancos sul-africanos focavam na independência. Durante os períodos coloniais holandês e britânico, a segregação racial era majoritariamente informal, apesar de algumas legislações terem sido promulgadas para controlar o estabelecimento e a livre circulação de povos nativos.[34][35]
Oito anos após o fim da Segunda Guerra dos Bôeres e após quatro anos de negociação, uma lei do parlamento britânico (Ato da África do Sul de 1909) criou a União Sul-Africana em 31 de maio de 1910. A União era um domínio britânico que incluía as antigas colônias holandesas do Cabo e de Natal, bem como as repúblicas do Estado Livre de Orange e de Transvaal.[36]
A Lei das Terras dos Nativos de 1913 restringiu severamente a propriedade de terra por negros; nessa época os nativos controlavam apenas 7% do território do país. A quantidade de terra reservada para os povos indígenas foi mais tarde ligeiramente aumentada.[37]
Independência, república e regime segregacionista
Em 1948, o Partido Nacional foi eleito e chegou ao poder. Esse grupo político reforçou a segregação racial, que já tinha começado sob o domínio colonial holandês e britânico. O Governo Nacionalista classificou todos os povos em três raças, com direitos e limitações desenvolvidas para cada uma. A minoria branca controlava a muito maior maioria negra. A segregação legalmente institucionalizada ficou conhecida como apartheid. Enquanto a minoria branca sul-africana usufruía do mais alto padrão de vida de toda a África (comparável aos de nações de países desenvolvidos ocidentais), a maioria negra ficou em desvantagem em quase todos os aspectos, como renda, educação, habitação e expectativa de vida. A Carta da Liberdade, adotada em 1955 pela Aliança do Congresso, exigiu uma sociedade não racial e o fim da discriminação.[39]
A África do Sul abandonou a Commonwealth em 1961, na sequência de um referendo (onde, obviamente, só pôde participar a comunidade branca) que ditou a proclamação da república. Apesar da oposição dentro e fora do país, o governo manteve o regime do apartheid. No início do século XX alguns países e instituições ocidentais começaram a boicotar os negócios com o país por causa das suas políticas de opressão racial e de direitos civis. Após anos de protestos internos, ativismo e revolta de sul-africanos negros e de seus aliados, finalmente, em 1990, o governo sul-africano iniciou negociações que levaram ao desmantelamento das leis de discriminação e às eleições democráticas de 1994. O país então aderiu à Comunidade das Nações.[38]
Em 1983, é adotada uma nova constituição que garante uma política de direitos limitados às minorias asiáticas, mas continua a excluir os negros do exercício dos direitos políticos e civis. A maioria negra, portanto, não tinha direito de voto nem representação parlamentar. O partido branco dominante, durante a era do apartheid, é o Partido Nacional, enquanto a principal organização política negra era o Congresso Nacional Africano (ANC), que durante quase cinquenta anos foi considerado ilegal.[38]
Era pós-apartheid
No dia 10 de abril de 1993, um dos principais líderes do movimento negro da África do Sul, Chris Hani, morreu vítima de dois tiros, diante da própria residência. O que seus assassinos não previram é que essa morte acabaria por acelerar o fim do apartheid. No mesmo ano, o governo e a oposição negra acordam nos mecanismos que garantam a transição para um sistema político não discriminatório. É criado um comitê executivo intermediário, com maioria negra, para supervisionar as primeiras eleições multipartidárias e multirraciais, e é criado, também, um organismo que fica encarregado de elaborar uma Constituição que garanta o fim do Apartheid. Em abril de 1994 são realizadas as primeiras eleições multirraciais da história sul-africana. O ANC ganha as eleições e Nelson Mandela, formando um Governo de unidade nacional, torna-se o primeiro presidente sul-africano negro.[40]
No período pós-apartheid, o desemprego tem sido extremamente alto quanto o país tem lutado para lidar com as muitas mudanças. Enquanto muitos negros subiram para as classes média e alta, a taxa global de desemprego de negros piorou entre 1994 e 2003.[41] A pobreza entre os brancos, antes rara, aumentou.[42] Além disso, o atual governo tem se esforçado para alcançar uma disciplina monetária e fiscal para garantir tanto a redistribuição da riqueza quanto o crescimento econômico. Desde o governo liderado pelo ANC ter assumido o poder, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país diminuiu, apesar de ter aumentado progressivamente até meados da década de 1990. Alguns atribuem isto à pandemia de HIV/AIDS e ao fracasso do governo em tomar medidas para enfrentar o problema nos primeiros anos.[43]
Em maio de 2008, motins deixaram mais de sessenta pessoas mortas.[44] O Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos estimou que mais de cem mil pessoas foram expulsas de suas casas.[45] Os migrantes e refugiados que procuram asilo no país eram os principais alvos, mas um terço das vítimas era de cidadãos sul-africanos.[44] Em uma pesquisa de 2006, o Projeto de Migração Sul-Africano concluiu que os sul-africanos são os que mais se opõem à imigração em todo o mundo.[46] Em 2008, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados estimou mais de duzentos mil refugiados que receberam asilo na África do Sul, quase quatro vezes mais do que no ano anterior. Essas pessoas vieram principalmente do Zimbábue, embora muitos também venham do Burundi, República Democrática do Congo, Ruanda, Eritreia, Etiópia e Somália. A concorrência em empregos, oportunidades de negócios, serviços públicos e habitação levou a uma tensão entre refugiados e as comunidades que os acolheram. Apesar da xenofobia ainda é um problema no país, a violência recente não tem sido tão generalizada como foi inicialmente temido.[47]
Geografia
Ver artigo principal: Geografia da África do Sul
A África do Sul tem uma paisagem variada. Na parte ocidental, estende-se um grande planalto composto em parte por deserto e em parte por pastagens e savanas, cortado pelo curso do rio Orange e do seu principal afluente, o Vaal. A sul, erguem-se as cordilheiras do Karoo e, a leste, o Drakensberg, a maior cadeia montanhosa da África meridional, onde situa-se o ponto mais elevado do país no Mafadi com 3450 metros, na fronteira África do Sul-Lesoto. A norte, o curso do rio Limpopo serve de fronteira com o Botsuana e o Zimbabué. O clima varia entre uma pequena zona de clima mediterrânico, no extremo sul, na região do Cabo, a desértico a noroeste. No Drakensberg há áreas com clima de montanha e neve nos pontos mais elevados, comumente no inverno.[48]
Em 1998, através da Lei n.º 118, foi criado o Conselho Sul-africano de Nomes Geográficos, com o objetivo de propor a mudança dos nomes de cidades, províncias e acidentes geográficos, substituindo nomes em Inglês e em Africâner por nomes baseados em línguas africanas. Muitas alterações já foram aprovadas, outras estão em estudo. Em breve, as grandes cidades do país poderão ser conhecidas como Tshwane (Pretória), Nelson Mandela Bay (Port Elizabeth),[49][50] KwaKhangela (Durban),[51] Mangaung (Bloemfontein),[52] eMonti (East London), Mbombela (Nelspruit)[53] e Polokwane (Pietersburg), dentre outras.[48]
Clima
As zonas climáticas variam desde o deserto do Namibe, no noroeste, ao clima subtropical, no leste, ao longo da fronteira com Moçambique e com o Oceano Índico. Do leste, a terra sobe rapidamente sobre uma escarpa de montanha em direção ao planalto interior conhecida como Highveld. Embora a África do Sul seja classificada como semiárida, há uma variação considerável no clima, bem como na topografia.[48]
O extremo sudoeste tem um clima muito semelhante ao do Mediterrâneo, com invernos chuvosos e verões quentes e secos, que acolhe o famoso bioma Fynbos de pastagem e florestas. Essa área também produz a maior parte do vinho na África do Sul. Esta região também é particularmente conhecida por seu vento, que sopra intermitente por quase todo o ano. A força deste vento torna o Cabo da Boa Esperança especialmente traiçoeiro para os marinheiros, causando muitos naufrágios. Mais a leste, na costa sul, a precipitação é distribuída mais uniformemente ao longo do ano, produzindo uma paisagem verde. Esta área é conhecida popularmente como a Rota dos Jardins.[48]
A província de Estado Livre é particularmente plana devido ao fato de estar centralizada no planalto. No norte do rio Vaal, o Highveld torna-se melhor regado e não experimenta extremos de calor subtropical. Joanesburgo, no centro do Highveld, está em 1740 metros e recebe uma precipitação anual de 760 milímetros. Os invernos nesta região são frios, embora a neve seja rara.[48]
As altas montanhas Drakensberg, que formam a escarpa sudeste do Highveld, oferecem oportunidades limitadas de esqui no inverno. O lugar mais frio na África do Sul é Sutherland, no oeste das montanhas Roggeveld, onde as temperaturas de inverno podem alcançar -15 °C. O interior profundo tem as temperaturas mais elevadas: a temperatura de 51,7 °C foi registrada em 1948 no Cabo do Norte Kalahari perto de Upington.[54]
- Flores da primavera em Namaqualand.
- Praia de Camps Bay, na Cidade do Cabo.
- Drakensberg, a mais alta cordilheira do país.
Biodiversidade
Inúmeros mamíferos são encontrados na região das savanas, como leões, leopardos, rinocerontes-brancos, gnus-azuis, cudos, impalas, hienas, hipopótamos e girafas. A maior parte da área de savana localiza-se no nordeste do país, como no Parque Nacional Kruger e na Reserva Mala Mala, bem como no extremo norte da Biosfera Waterberg. A África do Sul abriga muitas espécies endêmicas, como o criticamente ameaçado coelho-bosquímano (Bunolagus monticularis), do Karoo.[56]
Não há nenhuma estimativa recente sobre o número de espécies de fungos registradas na África do Sul. Até 1945, mais de 4.900 espécies de fungos (incluindo as espécies formadoras de líquen) tinham sido registradas[58] e, após mais de sessenta anos de exploração adicional, esse número tende a ser muito mais elevado. Em 2006, o número total de tipos de fungos que existem na África do Sul foi conservadoramente estimado em cerca de duzentas mil espécies, mas essa estimativa não levou em conta fungos associados a insetos.[59] Se estiver correta, então o número de fungos da África do Sul supera o de espécies de plantas. Pelo menos em alguns dos principais ecossistemas sul-africanos, um percentual extremamente elevado de fungos são altamente específicos das plantas nas quais ocorrem.[60] O número de fungos sul-africanos que são endêmicos e o número dos que estão em perigo devem, portanto, ser muito mais elevado que o número de plantas ameaçadas. A estratégia de biodiversidade do país e o plano de ação não mencionam os fungos.[56]
Com mais de vinte mil espécies de plantas diferentes, ou cerca de 10% de todas as espécies vegetais conhecidas na Terra, a África do Sul é particularmente rica em diversidade de plantas. O bioma predominante na África do Sul é a pradaria, onde a cobertura vegetal é dominada por diferentes gramíneas, arbustos baixos e árvores de acácia. A vegetação torna-se ainda mais escassa no noroeste, devido à baixa pluviosidade. Existem várias espécies de suculentas que armazenam água, como as aloes e euphorbias na área seca de Namaqualand. As pradarias lentamente se transformam em um mato alto de cerrado no nordeste do país, com um crescimento mais denso. Há um número significativo de baobás nesta área, perto da extremidade norte do Parque Nacional Kruger.[61]
Demografia
Ver artigo principal: Demografia da África do Sul
1–3 /km2
3–10 /km2
10–30 /km2
30–100 /km2
100–300 /km2
300–1000 /km2
1000–3000 /km2
>3000 /km2
África do Sul é uma nação de cerca de 57 milhões de pessoas de diversas origens, culturas, línguas e religiões. O último censo foi realizado em 2011 e o próximo será em 2021. O Statistics South Africa classifica a população em cinco categorias raciais pelas quais as pessoas podem se classificar.[62] No meio do ano 2009 os valores estimados para essas categorias foram negros com 79,3%, brancos com 9,1%, coloured (mestiços) com 9,0% e indianos e asiáticos com 2,6% da população.[63] A África do Sul tem onze línguas oficiais.[64]
Mesmo com o crescimento populacional da África do Sul na última década[62][65] (principalmente devido à imigração), o país tinha uma taxa de crescimento populacional anual de -0,501% em 2008 (est. CIA), incluindo a imigração. A CIA estima que a população em 2009 na África do Sul tenha começado a crescer novamente, a uma taxa de 0,281%.[66] A África do Sul é o lar de cerca de cinco milhões de imigrantes ilegais, incluindo cerca de três milhões de zimbabuanos.[67][68] Uma série de motins anti-imigrantes ocorreram na África do Sul em 11 de maio de 2008.[69][70]
África do Sul abriga uma considerável população de refugiados e requerentes de asilo. Segundo a World Refugee Survey 2008, publicado pelo Comitê estadunidense para Refugiados e Imigrantes, esta população era de aproximadamente 144.700 pessoas em 2007.[71] Grupos de refugiados e requerentes de asilo que somam mais de dez mil pessoas incluídas do Zimbábue (48.400), República Democrática do Congo (24.800) e Somália (12.900).[71] Estas populações viviam principalmente em Joanesburgo, Pretória, Durban, Cidade do Cabo e Port Elizabeth.[71]
Assim como em muitos países africanos, a África do Sul vem experimentando uma "fuga de cérebros" nos últimos vinte anos. Isso acreditado como potencialmente prejudicial para a economia regional,[72] e é quase certamente prejudicial para o bem-estar da maioria das pessoas que dependem da infra-estrutura de saúde, tendo em conta a epidemia de HIV/AIDS.[73] A fuga de cérebros na África do Sul tende a demonstrar contornos raciais (naturalmente, dado o legado de distribuição de competências da África do Sul) e tem, portanto, resultado em grandes comunidades de brancos sul-africanos no exterior.[74]
Maiores cidades
A maior cidade é Joanesburgo. Cidade do Cabo, Durban, Bloemfontein e Pretória são outras cidades importantes. A administração oficial (governo, tribunais, presidência e parlamento) encontra-se dispersa por Pretória (sede do Poder Executivo), Cidade do Cabo (sede do Poder Legislativo) e Bloemfontein (sede do Poder Judiciário).
Municípios mais populosos da África do Sul Censo de 2011 do Statistics South Africa (Stats SA)[75] | |||||||||||
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Joanesburgo Cidade do Cabo | |||||||||||
Posição | Localidade | Província | Pop. | Posição | Localidade | Província | Pop. | Durban Germinston | |||
1 | Joanesburgo | Gauteng | 4 434 827 | 11 | Pietermaritzburg | Limpopo | 618 536 | ||||
2 | Cidade do Cabo | Cabo Ocidental | 3 740 026 | 12 | Thohoyandou | Limpopo | 618 462 | ||||
3 | Durban | KwaZulu-Natal | 3 442 361 | 13 | Nelspruit | Mpumalanga | 588 794 | ||||
4 | Germinston | Gauteng | 3 178 470 | 14 | Rustemburgo | Noroeste | 549 575 | ||||
5 | Pretória | Gauteng | 2 921 488 | 15 | Bushbuckridge | Mpumalanga | 541 248 | ||||
6 | Porto Elizabeth | Cabo Oriental | 1 152 115 | 16 | Louis Trichardt | Limpopo | 516 031 | ||||
7 | East London | Cabo Oriental | 755 200 | 17 | Brits | Noroeste | 477 381 | ||||
8 | Bloemfontein | Estado Livre | 747 431 | 18 | Mthatha | Cabo Ocidental | 451 710 | ||||
9 | Vanderbijlpark | Gauteng | 721 663 | 19 | Welkom | Estado Livre | 406 461 | ||||
10 | Polokwane | Limpopo | 628 999 | 20 | Klerksdorp | Noroeste | 398 676 |
Composição étnica
O Statistics South Africa define cinco categorias raciais pelas quais as pessoas podem se classificar no censo. As estimativas do censo de 2011 para estas categorias foi negros africanos com 79,2%, brancos com 8,9%, coloured (mestiço) com 8,9%, indiano ou asiático com 2,5% e outros/não especificado com 0,5%. O primeiro censo na África do Sul, feito em 1911, mostrou que os brancos representavam 22% da população; esse número caiu para 16% da população em 1980.[76]Os sul-africanos brancos são principalmente descendentes de holandeses, alemães, franceses huguenotes, britânicos e outros colonos europeus e judeus.[77][78] A ancestralidade não europeia, principalmente africana e asiática, encontra-se presente nos descendentes dos colonos holandeses, conforme estudo de 2007: o percentual médio de ancestralidade não europeia encontrado foi de 6%.[79] Cultural e linguisticamente, eles são divididos em africânderes, que falam africâner, e os grupos de brancos anglófonos. A população branca tem diminuído, devido à baixa taxa de natalidade e à emigração; entre os fatores que influem na decisão dessa população de emigrar, muitos citam a elevada taxa de criminalidade e as políticas de ação afirmativa do governo.[80][81] Desde 1994, aproximadamente 440 mil sul-africanos brancos emigraram permanentemente do país.[82] Apesar dos elevados níveis de emigração, alguns imigrantes europeus se instalaram no país nesse período. Até 2005, estima-se que 212 mil cidadãos britânicos estavam residindo na África do Sul. Até 2011, esse número pode ter crescido para quinhentos mil.[83] Alguns zimbabuanos brancos emigraram para a África do Sul. Alguns dos membros mais nostálgicos da comunidade são conhecidos na cultura popular como "Whenwes", por causa da frase when we were in Rhodesia... (em português: quando estávamos na Rodésia...), que eles costumam dizer ao relembrar suas vidas na antiga Rodésia.[84] Existe também na África do Sul uma comunidade emigrante considerável de portugueses, nomeadamente oriundos da Ilha da Madeira, sendo parte substancial já de segunda geração.[85]
A população indiana chegou à África do Sul como trabalhadores contratados para trabalhar nas plantações de açúcar em Natal no final do século XIX e início do século XX.[77] Eles vieram de diferentes partes do subcontinente indiano, seguiam religiões diferentes e falavam línguas distintas.[77] Um grave distúrbio entre indianos e zulus eclodiu em 1949 na cidade de Durban.[86] Existe também um grupo significativo de sul-africanos chineses (cerca de cem mil pessoas) e vietnamitas (cerca de cinquenta mil pessoas). Em 2008, o Superior Tribunal de Pretória determinou que os sul-africanos chineses que chegaram ao país antes de 1994 deviam ser reclassificados como mestiços. Como resultado desta decisão, cerca de doze a quinze mil[87] dos cidadãos etnicamente chineses que chegaram antes de 1994 (o que representa de 3% a 5% do total da população chinesa no país), será capaz de se beneficiar de políticas de igualdade racial do governo.[88]
Religião
Ver artigos principais: Religião na África do Sul e Catolicismo na África do Sul
De acordo com o censo nacional de 2001, os cristãos representavam 79,7% da população do país. Isso inclui cristãos zion (11,1%), pentecostais (carismáticos) (8,2%), católicos romanos (7,1%), metodistas (6,8%), holandeses reformados (6,7%), anglicanos (3,8%); membros de outras igrejas cristãs representavam outros 36% da população. Os muçulmanos representam 1,5% da população, hindus cerca de 1,3%, e judeus 0,2%. 15,1% não tinha qualquer filiação religiosa, 2,3% tinha outra religião e 1,4% não estavam especificados.[90][91][92]
Igrejas Indígenas Africanas eram os maiores entre os grupos cristãos. Acredita-se que muitas das pessoas que alegaram ter nenhuma afiliação com qualquer religião organizada, respeitam as religiões tradicionais indígenas. Muitos povos têm práticas religiosas sincréticas, combinando influências cristãs e indígenas.[93]
Não há nenhuma evidência de que o islã tenha tido contato com os povos zulu, swazi ou xhosa da costa leste, antes da era colonial. Muitos sul-africanos muçulmanos são descritos como mestiços, nomeadamente na província de Cabo Ocidental, especialmente aqueles cujos ancestrais vieram como escravos do arquipélago indonésio (os malaios do Cabo). Outros são descritos como indianos, nomeadamente em KwaZulu-Natal, incluindo aqueles cujos antepassados vieram como comerciantes do sul da Ásia; eles têm sido acompanhados por outros povos de outras partes da África, assim como brancos ou negros naturalizados sul-africanos. Sul-africanos muçulmanos afirmam que sua fé é a religião que mais cresce em conversão no país.[94]
A população hindu foi primeiramente estabelecida durante o período colonial britânico, mas depois as ondas de imigração da Índia, também têm contribuíram para o aumento dessa população. A maioria dos Hindus são etnicamente do Sul da Ásia. Outras religiões minoritárias na África do Sul são sikhismo, o jainismo e a Fé Bahá'í.[91]
Idiomas
Ver artigo principal: Línguas da África do Sul
A África do Sul tem onze línguas oficiais: africâner, inglês, ndebele, sesotho do norte, sesotho do sul, swazi, tswana, tsonga, venda, xhosa e zulu. Em número de línguas oficias, o país é o terceiro, apenas atrás da Bolívia e da Índia.
Apesar de todas as línguas serem formalmente iguais, algumas línguas
são faladas mais do que outras. De acordo com o Censo Nacional de 2001,
as três línguas mais faladas em casa são o zulu (23,8%), o xhosa (17,6%)
e o africâner (13,3%). Não obstante o fato de que o inglês é
reconhecida como a língua do comércio e da ciência, sendo falada em casa
por apenas 8,2% dos sul-africanos em 2001, uma percentagem ainda menor
do que em 1996 (8,6%).[62][64]
O país também reconhece oito outros idiomas não oficiais: fanagalo, khwe, lobedu, nama, ndebele do norte, phuthi, san e a língua gestual sul-africana. Estas línguas não oficiais podem ser usadas em utilizações oficiais em áreas limitadas, onde foi determinado que essas línguas são predominantes. No entanto, suas populações não são significadamente grandes para exigirem o reconhecimento nacional.[64]
Muitas das línguas "não oficiais" dos povos san e khoikhoi possuem dialetos regionais que se estendem em direção ao norte da Namíbia e de Botswana, além de outros lugares. Esses povos, que são uma população fisicamente distinta de outros africanos, tem sua própria identidade cultural com base em suas sociedades de caçadores-coletores. Eles têm sido marginalizados, em grande medida, e muitas das suas línguas estão em perigo de extinção.[64]
Muitos sul-africanos brancos também falam outras línguas europeias, tais como português (falado também por angolanos e moçambicanos negros), alemão e grego, embora alguns asiáticos e indianos na África do Sul falam línguas asiáticas, como o tâmil, hindi, guzerate, urdu e telugo. O francês é ainda falada pelos franceses sul-africanos, especialmente em lugares como a Franschhoek, onde existem muitos sul-africanos de origem francesa.[64]
Problemas socioeconômicos
Ver artigos principais: Criminalidade na África do Sul e Conflitos xenófobos na África do Sul em 2008
O estupro é um problema comum na África do Sul. Em uma pesquisa de 2009, um em cada quatro homens sul-africanos admitiram ter estuprado alguém.[99] Uma em cada três das quatro mil mulheres inquiridas pela Comunidade da Informação, Capacitação e Transparência disse que tinha sido violada no ano passado.[100] A África do Sul tem uma das maiores incidências de estupros de crianças e bebês no mundo.[101] Em um levantamento realizado entre 1500 crianças escolares no township de Soweto, um quarto de todos os meninos entrevistados disseram que "jackrolling", um termo para estupro em grupo, era algo divertido.[100]
A classe média do país busca segurança em condomínios fechados. Muitos emigrantes da África do Sul também afirmam que o crime foi um grande motivador para eles saírem do país. O crime contra a comunidade agrícola continua a ser um grande problema.[102] Outro problema enfrentado pelo país é a forte desigualdade social e econômica; as cidades sul-africanas Buffalo City, Johannesburgo e Ekurhuleni foram apontadas como as mais desiguais do mundo, segundo relatório da ONU divulgado em 2010.[103]
Governo e política
Ver artigo principal: Política da África do Sul
Os membros da Câmara dos Deputados são eleitos numa base populacional por representação proporcional: metade dos membros são eleitos por listas nacionais e a outra metade são eleitos em listas provinciais. Dez membros são eleitos para representar cada província no Conselho Nacional das Províncias, independentemente da população da província. Eleições para ambas as câmaras são realizadas a cada cinco anos. O governo é formado na casa mais baixa, e o líder do partido maioritário na Assembleia Nacional é o presidente.[104]
Desde o fim do apartheid em 1994, a política sul-africana tem sido dominado pelo Congresso Nacional Africano (ANC), que foi o partido dominante, com 60-70% dos votos. O principal adversário do governo do ANC é o partido da Aliança Democrática, que recebeu 22,2% dos votos na eleição de 2014 e 16,7% nas eleições de 2009.[105][106]
O partido anteriormente dominante, o Novo Partido Nacional, que introduziu o apartheid através do seu predecessor, o Partido Nacional, optou por se fundir com o ANC, em 9 de abril de 2005. Outro grande partido político representado no Parlamento é o Lutadores pela Liberdade Econômica, que foi criado em 2013 e ganhou 6,6% dos votos em 2014.[105][107]
Desde 2004, o país teve muitos milhares de protestos populares, alguns violentos, tornando-se, de acordo com um acadêmico, o "país mais rico em protesto no mundo".[108] Em 2008, a África do Sul foi classificada na 5ª entre 48 países da África subsaariana pelo Índice Ibrahim de Governança Africana. A África do Sul teve bons resultados nas categorias de Estado de Direito, Transparência e Corrupção e Participação e Direitos Humanos, mas perdeu pontos pelo seu desempenho relativamente pobre em Saúde e Segurança. O Índice Ibrahim é uma medida global de governança africana, com base em uma série de variáveis que refletem o sucesso com que os governos entregam bens políticos essenciais aos seus cidadãos.[109]
Lei
O sistema judicial é composto por tribunais de magistrados, que tratam de casos criminais e cíveis menores, os Tribunais Superiores, que são tribunais de competência genérica para áreas específicas, o Supremo Tribunal de Recurso, que é a mais alta corte constitucional em todas os temas; e o Tribunal Constitucional, que cuida apenas das questões constitucionais.[110]
De acordo com uma pesquisa realizada para o período de 1998-2000 e compilada pelas Nações Unidas, a África do Sul foi classificada em segundo lugar em assassinato e em primeiro em assaltos e estupros per capita entre todos os países pesquisados.[111] Cerca de cinquenta assassinatos são cometidos todos os dias no país.[112] Até março de 2009, houve 18 148 assassinatos no país, enquanto o Reino Unido registrou 662 no mesmo período.[113] A indústria da segurança privada na África do Sul é a maior do mundo,[114] com cerca de nove mil empresas cadastradas e quatrocentos mil seguranças particulares ativos registrados, mais do que a polícia e o exército sul-africanos juntos.[115]
Forças armadas
Ver artigo principal: Força Nacional de Defesa da África do Sul
A África do Sul é o único país africano que conseguiu desenvolver com sucesso armas nucleares. E tornou-se o primeiro país com poder nuclear (seguido pela Ucrânia), a desmontar e renunciar voluntariamente ao seu programa no processo de assinatura do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), em 1991.[120] O país desenvolveu um programa de armas nucleares na década de 1970.[120] De acordo com o ex-presidente sul-africano F. W. de Klerk, a decisão de construir uma "dissuasão nuclear" foi tomada "já em 1974 em um contexto de uma ameaça expansionista soviética".[121] A África do Sul pode ter realizado um teste nuclear sobre o Atlântico em 1979,[122] apesar de Klerk afirmar que o país "nunca havia realizado um teste nuclear clandestino".[121] Seis dispositivos nucleares foram concluídos entre 1980 e 1990, mas todos foram destruídos antes da África do Sul assinar o TNP em 1991.[121]
Relações internacionais
O presidente sul-africano Jacob Zuma e o ex-presidente chinês, Hu Jintao, atualizaram os laços bilaterais entre os dois países em 24 de agosto de 2010, quando foi assinado o Acordo de Pequim, que antecipou a elevação da "parceria estratégica" da África do Sul com a China para uma "parceria estratégica global" em temas econômicos e políticos, como o reforço do intercâmbio entre os respectivas partes governantes e legisladores.[125][126] Em abril de 2011, a África do Sul entrou oficialmente para o grupo de países BRICS (Brasil-Rússia-Índia-China), identificado pelo presidente Zuma como os maiores parceiros comerciais do país e também como os maiores parceiros comerciais da África como um todo. Zuma afirmou que os países membros do BRICS também iriam trabalhar de forma coordenada através da ONU, do Grupo dos Vinte (G20) e do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS).[127]
Subdivisões
Ver artigo principal: Províncias da África do Sul
Código ISO |
Português | Inglês | Africâner | Capital |
---|---|---|---|---|
ZA-WC | Cabo Ocidental | Western Cape | Wes-Kaap | Cidade do Cabo |
ZA-EC | Cabo Oriental | Eastern Cape | Oos-Kaap | Bisho |
ZA-NC | Cabo Setentrional | Northern Cape | Noord-Kaap | Kimberley |
ZA-FS | Estado Livre | Free State | Vrystaat | Bloemfontein |
ZA-GT | Gauteng | - | - | Joanesburgo |
ZA-NL | Kwazulu-Natal | - | - | Pietermaritzburg |
ZA-LP | Limpopo | - | - | Polokwane |
ZA-MP | Mpumalanga | - | - | Nelspruit |
ZA-NW | Noroeste | North-West | Noord-Wes | Mafikeng |
Economia
Ver artigo principal: Economia da África do Sul
O desenvolvimento avançado do país está no entanto concentrado em torno de quatro áreas metropolitanas: Cidade do Cabo, Port Elizabeth, Durban e Pretória/Johannesburg. Fora destes quatro centros econômicos, o desenvolvimento é limitado e a pobreza ainda é prevalente, apesar dos esforços do governo. Por conseguinte, a grande maioria de sul-africanos são pobres. No entanto, as principais zonas marginais têm experimentado um crescimento rápido nos últimos tempos. Essas áreas incluem Mossel Bay para Plettenberg Bay; área de Rustenburg, área de Nelspruit, Bloemfontein, Cape West Coast e o Litoral Norte de KwaZulu-Natal. O desemprego é extremamente elevado e a desigualdade de renda é aproximadamente igual à do Brasil - residindo uma das razões mais salientes no facto de boa parte das empresas importantes serem capital-intensivas, não trabalho intensivas. Durante o período de 1995-2003, o número de empregos formais diminuiu e o emprego informal aumentou, o desemprego global se agravou.[41]
O rendimento médio domiciliar sul-africano diminuiu consideravelmente entre 1995 e 2000. Quanto à desigualdade racial, o Statistics South Africa informou que, em 1995, o agregado familiar médio branco ganhou quatro vezes mais do que uma família média negra. Em 2000, a família média branca ganhou seis vezes mais do que o agregado familiar médio negro. As políticas de ação afirmativa para a igualdade racial têm estimulado um aumento na riqueza econômica dos negros e o nascimento de uma emergente classe média negra.[130][131] Outros problemas são a criminalidade, a corrupção e a epidemia de HIV/AIDS. A África do Sul sofre com carga relativamente pesada regulação global, comparada aos países desenvolvidos. A propriedade e a interferência estatal impõe barreiras à entrada em muitas áreas.[132] Regulamentações trabalhistas restritivas têm contribuído para o mal-estar do desempregado.[41]
Os principais parceiros comerciais internacionais da África do Sul, além de outros países africanos, incluem a Alemanha, os Estados Unidos, a China, o Japão, o Reino Unido e a Espanha.[90] As principais exportações do país incluem o milho, diamantes, frutas, ouro, açúcar, metais, minerais, e lã. Máquinas e equipamentos de transporte constituem mais de um terço do valor das importações do país. Outras importações incluem produtos químicos, produtos manufatura dos e petróleo. Recentemente a África do Sul foi incluída no grupo de países emergentes com economias promissoras, os BRICS.[136]
Turismo
A perda de florestas significa uma perda de habitat para a vida selvagem também. Cerca de 90% da vida selvagem na África do Sul pode ser encontrada atualmente apenas em parques e reservas nacionais, que podem ser visitadas durante safaris. Entre os animais encontrados, estão mamíferos, répteis, anfíbios e aves. Em contrapartida, apenas 34% da vida vegetal no país está localizado em áreas protegidas.[140]
Uma das vertentes turísticas mais importantes no país é o ecoturismo, cujo objetivo é o beneficiar o país sem afetar o meio ambiente da nação, promovendo e apoiando a sua biodiversidade. Em vez de atrair estrangeiros que entram uma nação africana para caçar, a ideia é promover um safaris "fotográficos", para uma clientela com maior consciência ecológica. O ecoturismo pode ajudar a conservar a biodiversidade e aliviar a pobreza na África do Sul através da criação de empregos locais.[141]
Infraestrutura
Ciência e tecnologia
Mark Shuttleworth fundou uma das primeiras empresas de segurança na internet, a Thawte, que foi posteriormente comprada pela líder mundial VeriSign. Apesar dos esforços do governo para incentivar o empreendedorismo em biotecnologia, outros campos de alta tecnologia e TI, não há outras empresas inovadoras notáveis fundadas na África do Sul. É um objetivo expresso do governo a transição da economia sul-africana para torná-la mais dependente da alta tecnologia, com base na constatação de que a África do Sul não pode competir com as economias do Extremo Oriente na manufatura, nem pode usufruir de sua riqueza mineral perpetuamente.[143]
A África do Sul cultivou uma comunidade astronômica em expansão. O país abriga o Grande Telescópio Sul-Africano, o maior telescópio óptico no hemisfério sul. A África do Sul está construindo atualmente a Telescópio de Array Karoo como parte do projeto de 1,5 bilhão de euros Square Kilometre Array.[144] Em 25 de maio de 2012, foi anunciado que as sedes do Telescópio Square Kilometer Array serão divididas entre locais na África do Sul e na Austrália/Nova Zelândia.[145]
Educação
Ver artigo principal: Educação na África do Sul
Entre os sete e os dezesseis anos, o ensino era obrigatório para os menores caucasianos de dezoito anos. Cerca de 90% deles iam diariamente a escolas da rede pública de ensino. O resto ia para escolas da rede particular controladas pelo Estado. Mais de 55% terminavam o ensino médio.[146]
Os menores mestiços ou asiáticos de dezeito anos eram obrigados a se dirigirem à escola, entre os sete aos catorze anos, desde que habitassem áreas que dispusessem desta facilidade. Em diversas dessas regiões não existiam escolas e salas de aula para os mestiços e os asiáticos. Aproximadamente 99% desses menores de dezoito anos ia para educandários religiosos controlados pelo Estado. Mais de 10% dos menores mestiços de dezoito anos e 25% dos indianos alcançavam o ensino médio. Até 1981 a legislação não obrigava que os menores africanos de dezesseis anos fossem com frequência a instituições de ensino. Desde então, os conselhos locais podiam requerer que o governo nacional solicitasse o comparecimento dos menores de sua área, de seis a quinze anos, para instituições de ensino, 20% dos menores africanos iam a instituições de ensino.[146]
Entre as principais universidades da África do Sul estão a Universidade da Cidade do Cabo, a Universidade do Noroeste, Universidade de Fort Hare, a Universidade de Pretória, a Universidade de Stellenbosch e a Universidade de Witwatersrand.[146]
Saúde
Ver artigo principal: Saúde na África do Sul
A SIDA afeta principalmente aqueles que são sexualmente ativos e é muito mais presente na população negra. A maioria das mortes são de pessoas economicamente ativas, resultando em muitas famílias perdendo sua principal fonte de renda. Isso tem resultado em muitos órfãos pela SIDA que em muitos casos dependem do estado para suporte financeiro e médico.[150] É estimado que há 1,2 milhões de órfãos na África do Sul.[150] Muitas pessoas mais velhas também perdem o apoio dos membros mais jovens da família. Cerca de cinco milhões de pessoas estão infectadas pela doença.[149]
A África do Sul, mesmo com muitos problemas envolvendo a saúde pública, abriga o maior hospital do mundo, o Hospital Chris Hani Baragwanath, com 173 hectares de área, 3 200 camas e 6 760 funcionários. Esse hospital fica na área de Soweto, Joanesburgo.[151]
Energia e transportes
O governo e a Eskom estão planejando novas usinas, por um custo para o consumidor sul-africano. A concessionária de energia planeja ter 20 mil megawatts de energia nuclear em sua matriz até 2025.[155]
No setor dos transportes, o país conta com uma rede de 20 192 km de ferrovias e 362 099 km de rodovias, dos quais 73 506 km estão pavimentados e 239 km são classificados como autoestradas. O país conta com 567 aeroportos (a 11ª maior rede aeroviária do mundo em 2012) e seus maiores portos marítimos estão localizados nas cidades de Cidade do Cabo, Durban, Port Elizabeth, Richards Bay, Baía de Saldanha.[156]
Cultura
Ver artigo principal: Cultura da África do Sul
Não existe uma única cultura sul-africana, devido à diversidade
étnica do país, e cada grupo racial tem a sua própria identidade
cultural. Isto pode ser apreciado nas diferenças na alimentação, na
música e na dança entre os vários grupos. Há, no entanto, alguns traços
unificadores.[157]
Belas artes
Literatura
Entre os autores sul-africanos brancos mais notáveis estão Alan Paton, que publicou o romance Cry, the Beloved Country em 1948. Nadine Gordimer se tornou a primeira sul-africana a ser agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura em 1991. Seu romance mais famoso, July's People, foi lançado em 1981. J. M. Coetzee ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2003. Na época da atribuição do prêmio, a Academia Sueca afirmou que Coetzee "em inúmeros disfarces retrata o envolvimento surpreendente do estranho".[161]
As peças de Athol Fugard regularmente estrearam nos cinemas fringe da África do Sul, Londres (The Royal Court Theatre) e Nova York. A obra The Story of an African Farm (1883), de Olive Schreiner, foi uma revelação na literatura vitoriana: é anunciado por muitos como a introdução de feminismo na forma de romance.[162]
Culinária
Música
Existe uma grande diversidade na música da África do Sul. Muitos músicos negros que cantavam em africâner ou inglês durante o apartheid passaram a cantar em línguas africanas tradicionais, e desenvolveram um estilo único chamado kwaito. Digna de nota é Brenda Fassie, que alcançou fama graças à sua canção "Weekend Special", cantada em inglês. Músicos tradicionais famosos são os Ladysmith Black Mambazo, e o Quarteto de Cordas do Soweto executa música clássica com sabor africano. Os cantores sul-africanos brancos e mestiços tendem a evitar temas musicais tradicionais africanos, preferindo estilos mais europeus. Existe um bom mercado para música africâner, que cobre todos os gêneros da música ocidental.[164]Esportes
Entre os atletas de futebol sul-africanos que jogaram em grandes clubes estrangeiros estão Steven Pienaar, Lucas Radebe, Philemon Masinga, Benni McCarthy, Aaron Mokoena e Delron Buckley. A África do Sul sediou a Copa do Mundo FIFA de 2010 e o presidente da Fifa, Sepp Blatter, premiou o país com uma nota 9 (de uma escala de até 10) por sediar o evento esportivo com êxito.[166]
Entre as personalidades de boxe sul-africanas mais famosas estão Jacob Matlala, Vuyani Bungu, Welcome Ncita, Dingaan Thobela, Gerrie Coetzee e Brian Mitchell. O surfista de Durba, Jordy Smith, ganhou o torneio Billabong J-Bay de 2010, tornando-se o surfista número um do mundo. A África do Sul é a casa de Jody Scheckter, um campeão da Fórmula Um de automobilismo em 1979. Famosos jogadores sul-africanos de críquete incluem Herschelle Gibbs, Graeme Smith, Jacques Kallis, J. P. Duminy.[167]
A equipe de natação de Roland Schoeman, Lyndon Ferns, Darian Townsend e Ryk Neethling conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Verão de 2004, quebrando simultaneamente o recorde mundial no revezamento 4x100m livre. Penelope Heyns ganhou o ouro olímpico nos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta. Em 2012, Oscar Pistorius se tornou o primeiro homem duplamente amputado a competir nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. No golfe, Gary Player é geralmente considerado como um dos maiores golfistas de todos os tempos, tendo conquistado o Career Grand Slam, um dos cinco jogadores que já alcançaram tal feito. Outros jogadores sul-africanos que ganharam grandes torneios são Bobby Locke, Ernie Els, Retief Goosen, Trevor Immelman, Louis Oosthuizen e Charl Schwartzel.[170]
Feriados
Dia | Nome em português | Nome local | Notas |
---|---|---|---|
1 de Janeiro | Dia de Ano Novo | New Year’s Day | |
21 de Março | Dia dos Direitos Humanos | Human Rights Day | |
Festa móvel | Sexta-Feira Santa | Good Friday | |
Festa móvel | Segunda-feira de Páscoa | Easter Monday | |
27 de Abril | Dia da Liberdade | Freedom Day | Comemora as primeiras eleições livres pós-Apartheid. |
1 de Maio | Dia do Trabalhador | Worker’s Day | |
16 de Junho | Dia da Juventude | Youth Day | Comemora os distúrbios de Soweto |
9 de Agosto | Dia Nacional da Mulher | National women’s day | |
24 de Setembro | Dia da Herança | Heritage Day | Dia em que os sul-africanos comemoram a diversidade do país |
16 de Dezembro | Dia da Reconciliação | Day of Reconciliation | |
25 de Dezembro | Natal | Christmas Day | |
26 de Dezembro | Dia da Boa-Vontade | Day of Goodwill |
Ver também
Referências
Mzansi é outro termo vernacular urbano negro com os jovens e usado para África do Sul.Parâmetro desconhecido
|editor-último=
ignorado (ajuda); Parâmetro desconhecido |editor2-último=
ignorado (ajuda)
uMzantsi em Xhosa significa 'sul', Mzansi significa este país, África do Sul
|archiveurl=
e |arquivourl=
redundantes (ajuda); |deadurl=
e |urlmorta=
redundantes (ajuda)
- PGA Tour. «Charl Schwartzel Profile» (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2013
Bibliografia
- A History of South Africa, Third Edition. Leonard Thompson. Yale University Press. 1 March 2001. 384 pages. ISBN 0-300-08776-4.
- Economic Analysis and Policy Formulation for Post-Apartheid South Africa: Mission Report, Aug. 1991. International Development Research Centre. IDRC Canada, 1991. vi, 46 p. Without ISBN
- Emerging Johannesburg: Perspectives on the Postapartheid City. Richard Tomlinson, et al. 1 January 2003. 336 pages. ISBN 0-415-93559-8.
- Making of Modern South Africa: Conquest, Segregation and Apartheid. Nigel Worden. 1 July 2000. 194 pages. ISBN 0-631-21661-8.
- South Africa: A Narrative History. Frank Welsh. Kodansha America. 1 February 1999. 606 pages. ISBN 1-56836-258-7.
- South Africa in Contemporary Times. Godfrey Mwakikagile. New Africa Press. February 2008. 260 pages. ISBN 978-0-9802587-3-8.
- The Atlas of Changing South Africa. A. J. Christopher. 1 October 2000. 216 pages. ISBN 0-415-21178-6.
- The Politics of the New South Africa. Heather Deegan. 28 December 2000. 256 pages. ISBN 0-582-38227-0.
- Twentieth-Century South Africa. William Beinart Oxford University Press 2001, 414 pages, ISBN 0-19-289318-1
Ligações externas
- Governo
- Governo de África do Sul (em inglês)
- Embaixada de África do Sul em Madrid
- Embaixada de África do Sul na Argentina
- Embaixada de África do Sul no Chile
- Estatísticas da África do Sul
- Parlamento da África do Sul
- Turismo
Wikipédia
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