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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Brasil está no caminho errado de proteção da Amazônia, diz general Villas Bôas

Comandante do Exército quer preservar a região, mas com permissão para se desenvolver

Comandante do Exército quer preservar a região, mas com permissão para ela se desenvolver | Foto: Guilherme Testa

Comandante do Exército quer preservar a região, mas com permissão para ela se desenvolver | Foto: Guilherme Testa

O comandante do Exército, general de Exército Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, defendeu, no início da tarde desta quarta-feira, a mudança no caminho da preservação da Amazônia. Segundo ele, é necessário que o país retome a soberania do território. Destacou que a ação não deve ser no sentido de restrição, como adotado atualmente, mas no que “permita o desenvolvimento”.

“A determinação do presidente Bolsonaro é de a gente reverter esse déficit de soberania na Amazônia. Agora, temos que preservar a Amazônia, isso não temos dúvida. A responsabilidade perante o mundo e a gerações futuras. Porém, acho que o caminho está incorreto. É só na base da proibição e não se oferece alternativas à população”, afirmou, completando que “estamos na contramão”.

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Ele lembrou que há interesses em "congelar" a Amazônia com o desejo que os recursos naturais não fossem explorados. “Há uma pressão internacional muito grande”, disse, em relação as ideologias de preservação ambiental e de áreas indígenas. “A política externa foi muito submissa em relação a isso. Sempre aceitando essas pressões (de outros países em relação à Amazônia) e isso refletiu internamente, criando um déficit de soberania”, explicou.

Atualmente, 40% da Amazônia foi demarcada como terra indígena ou de preservação. Ele criticou o governo da Noruega, assim como ministro de transição, Onyx Lorenzoni, fez recentemente à presença de ONGs internacionais na Amazônia.

A Noruega é o maior doador de recursos ao Fundo Amazônia, que financia ações de preservação da floresta. “Eles por terem doado se acham no direito de interferir em assuntos internos no país. É a mesma Noruega que explora petróleo no Artico. A mesma Noruega de onde é a empresa que provocou aquele derrame no Pará e não sofreu nenhuma sanção. Então, um país (Brasil) que tem mais de 70% de suas florestas originais preservadas não pode aceitar levar pito de autoridade de um país que tem bem menos de florestas originais preservadas”, afirmou.

Presença dos militares no governo

Em coletiva, o comandante, avaliou ainda a proximidade entre governo e o Exército, diante da eleição de Jair Bolsonaro à presidência da República. Além dos dois nomes já anunciados, há a expectativa ainda de que outro integrante assuma a Infraestrutura. “O Bolsonaro, por ser militar, sempre, na sua vida parlamentar, se interessou pelas questões militares”, ressaltou.

Além disso, desde a campanha buscou militares para ajudá-lo e que agora vão compor a equipe. Dentro desse panorama há ainda militares que foram eleitos para vagas no Congresso Nacional e assembleias. “Isso é importante que não seja entendido como uma volta dos militares. O Exército não está voltando ao poder. O Exército vai se manter como instituição de Estado, apolítica, apartidária, cumprindo as suas missões”, avaliou.

Em ritmo de despedida do cargo, que passará a função no início do próximo ano, Villas Bôas participou de encontro de mais de 1h30min com integrantes da reserva e da ativa, na sede do Comando Militar do Sul (CMS), no centro de Porto Alegre. Na terça-feira, ele já havia feito o mesmo com os integrantes no Paraná.

“Eu recebi um Exército muito disciplinado e muito coeso. E a minha maior preocupação era de manter assim. A força do Exército vem da sua coesão e unidade”, afirmou.


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