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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Antropóloga mira em Bolsonaro e acerta Ciro Gomes

SÃO PAULO – Gosto de redes sociais. Servem como instrumento de trabalho e também como fuga – ou leve distração, se preferir – em meio à avalanche informativa dos tempos atuais. Quem não gosta de se perder entre memes e fotos de mulher bonita naquela saidinha para o almoço? Somos todos filhos de Deus, afinal…

Foi numa dessas passadas de dedo pela timeline do Instagram que me deparei, inocentemente, com uma imagem do presidente eleito, Jair Bolsonaro, acompanhada da seguinte frase em castelhano: “Bolsonaro representa el pasado colonial del Brasil“. Curioso, resolvi clicar. Fui parar no perfil de Lilia Moritz Schwartcz, antropóloga e professora da USP, autora de alguns Best-Sellers no campo da História, como “Brasil: uma Biografia” e “As Barbas do Imperador”.

Lilia vestia a carapuça de Jorge Ben: “Deu no New York Times”, comentava sob o print da matéria. “Fiz uma análise histórica dos antecedentes que explicam a vitória do presidente eleito pelo PSL”, ela prosseguiu. Julgando por suas credenciais, poderia encontrar algo interessante. “Vai que o Bolsonaro é realmente fascista?” – imaginei. A gente nunca sabe! Dei aquele google de sempre e encontrei o artigo, datado de 7 de Novembro, publicado no site do New York Times Spain – sucursal hispânica do periódico Norte Americano. Respirei fundo, tomei fôlego, arrastei a tela e, tomado por uma desconfortável curiosidade, comecei a ler o panfleto político da intelectual.

Meu desconcerto nascia no título. Lilia sugere que Bolsonaro representa nosso passado colonial, como herdeiro legítimo de nossos capitães de engenho e barões do café. É a dedução primária que retiramos da legenda, que aparenta ser uma clickbait para leitores desavisados. Ora! – imaginamos – esse tipo de raciocínio primitivo combina mais com um calouro em sociologia do que com uma mulher do quilate da professora. Com certeza encontraremos um plot twist em meio a resenha!

Minhas esperanças receberam um leve abalo logo nos primeiros parágrafos. Lilia afirmava, em seu belo castelhano:

Es la primera vez en la historia brasileña que un político gana una elección democrática con un porcentaje de rechazo tan alto, el 46 por ciento al momento de la votación, que abusa de las redes sociales, que produce noticias falsas con desmesurada frecuencia, que durante su campaña incentivó la polarización y justificó la violencia y que no participó en ningún debate público. Sin embargo, la victoria de Bolsonaro no es una novedad en la historia brasileña.

Imagino que assim como eu, o nobre leitor levou um susto. Como assim, Lilia? Você realmente morava no Brasil ao longo dos últimos anos? Pois se morava (e acompanhava o noticiário político) bem saberia que a verdadeira rede de notícias falsas fora construída – com dinheiro público e propina, não esqueçamos! – nas gestões Lula e Rousseff, ainda na década passada. Eram tempos de Brasil 247, cujo dono, Leonardo Attuch, recebera 120.000 reais do lobista Milton Pascowitch. É Tutti Buona Gente, devidamente investigada na Lava Jato, conforme manda o rigor da quadrilha. Contra Bolsonaro pesa uma acusação gelatinosa linkando sua candidatura à “disparos de fake news no whatsapp” – para o desespero das tiazonas patriotas e seus maridos de Caps-lock.

E a polarização? Destaco, inicialmente, a condenação construída pela esquerda dessa prática tão…natural. Vivemos em uma democracia, diabo! Sem polarização, dissenso e debate, o que mais nos resta? A supressão da oposição? Isto é retórica de botequim, cara Lilia. Ainda que considerasse a prática do debate um “crime de ódio”, devemos lembrar que fora Lula quem tratou de dividir o país entre “nós e eles”, através da epopéia do povo pobre e seu Guia contra as “elites de olhos azuis do sul e sudeste”. Foi roteiro premiado, sob a diligente direção de João Santana.

Prosseguiria aqui nas “justificativas de violência” por parte do presidente eleito – que vale lembrar, é aquele cara que tomou uma facada na barriga. Coisa pouca. Mas poupo-me de gastar dedo nesse áspero teclado quando posso elencar alguns discursos verdadeiramente pacíficos de lideranças da esquerda, como os de Gleisi Hoffman, Rui Costa Pimenta, Mauro Iasi e Sibá Machado. A professora parece não ligar muito para essa tal de coerência – mera preocupação pequena burguesa, imagino -, atarefada que está em sua “construção histórica”. Deixemos isso de lado e vamos então a ela!

El éxito de alguien como Bolsonaro no puede ser entendido como un caso excepcional en nuestra historia. Por más de tres siglos, Brasil fue una colonia portuguesa que se organizó en extensos latifundios dominados por el despotismo de un puñado de dueños de fazendas o hacendados. La economía de ese Brasil colonial se apoyó en el trabajo de los esclavos, quizás por ello el país tiene el vergonzoso reconocimiento de haber sido la última nación de América Latina en abolir la esclavitud.

Ok… mas o que o Bolsonaro tem a ver com isso? Vamos procurar nos parágrafos seguintes.

“En los grandes ingenios azucareros del siglo XVI al XVIII y después en las enormes fincas cafetaleras del siglo XIX se consolidaron todos los poderes en la figura de los hacendados. Ellos eran dueños de los cuerpos de los esclavos, escribían las leyes, controlaban la religión y la economía. Esta estructura derivó en el arraigo profundo de mecanismos de mando y obediencia vinculados a los jefes locales que controlaban la vida y la muerte de sus trabajadores y concentraban poderes sobre la Iglesia y el Estado.

Bacana, Lilia.

La corrupción sistemática no se inauguró recientemente, sino que era una práctica ampliamente extendida en el Brasil colonial. Un antiguo refrán brasileño dice que “quien roba poco es ladrón, quien roba mucho es barón”. De manera cotidiana se recurría a maniobras que hoy etiquetaríamos de corruptas. Los hacendados reducían la producción para evitar pagar impuestos a la capital y mentían sobre las fechas de nacimiento de sus esclavos para sortear la Lei do Ventre Livre, que consideraba libres a los hijos de esclavos nacidos a partir de 1871.

Vamos lá, professora, chegue logo no seu ponto…

La vigencia prolongada de este sistema, aunada a las estrategias de mando de los grandes terratenientes agrarios, legó una profunda desigualdad social que todavía forma parte de la realidad brasileña. En el país, y a pesar del repetido mito del melting pot, todavía hay un racismo estructural inapelable y hoy tiene la séptima tasa más alta de feminicidios en el mundo, con 4,4 asesinatos por cada 100.000 mujeres. También el país heredó de la Colonia una concentración enorme de dinero en unos cuantos. Según la encuesta del año pasado de Marc Morgan Mila, el estrato más rico de los brasileños —que corresponde al uno por ciento de la población— aglutina el 28 por ciento de la renta nacional.

Tá, e daí?

Sin embargo, sería un error solo culpar al pasado de la crisis que vive hoy Brasil. En lo que va de este siglo, el país no ha hecho nada por revertir la desigualdad, violencia y racismo de su pasado colonial, y hoy pasa por una apremiante crisis económica, social y moral. La elección de Jair Bolsonaro, después de treinta años de gobiernos democráticos, es un síntoma elocuente de esa inestabilidad.

Opa! Acho que a “análise histórica” da mestre uspiana encontrou o “fio da meada”! Após discorrer genericamente sobre nosso passado colonial, Moritz termina por afirmar que não podemos “culpar somente o passado” pela crise que passamos. Para ela, os governos recentes foram incapazes de reverter a desigualdade, a violência e o racismo de nosso passado colonial e, por conta disso, a eleição de Bolsonaro torna-se um “sintoma eloquente” desta instabilidade.

Bravo!

Lilia é capaz de nomear seu artigo com essa suposta representação da herança colonial na figura de Bolsonaro, para, alguns parágrafos depois, minimizar a tese e jogar luz sobre a incapacidade dos governos pregressos, pós 88, em encarar os desafios da “desigualdade, violência e racismo”. A explicação, ao invés de ajudar, termina confundindo. Pois isolando-se de tal herança, o fiasco dos últimos 30 anos poderia redundar em alguma figura resoluta da esquerda, não? Que tal um Ciro Gomes? O que justifica Bolsonaro tornar-se o tal “sintoma eloquente”, e não os demais candidatos que participaram tão ativamente do pleito? Sendo justo, professora, poderíamos pinçar uma outra declaração, logo em seu terceiro parágrafo, que nos soa mais realista – muito antes da senhora desferir suas rajadas de clichês históricos:

El ascenso vertiginoso del candidato del Partido Social Liberal (PSL), una pequeña organización, puede ser entendido como parte de una tendencia conservadora en todo el mundo. Pero este panorama global, por sí mismo, no explica el éxito de Bolsonaro…

Lilia utiliza não um, mas três elementos distintos* para explicar a seus leitores a ascensão de Bolsonaro ao Planalto. Complicado. Ao elencar a famigerada “onda conservadora” em todo o mundo, como pode ela justificar, de forma tão simplória, que Bolsonaro é mera “representação do passado colonial”? Decida-se, professora! As características “machistas”, “homofóbicas” e “misóginas” atribuídas ao militar são também, por assim dizer, compartilhadas pelos demais líderes da direita populista mundo afora. É o que conta a imprensa, não? Que o digam Trump, Le Pen, Salvini, Farage… decerto eram netos dos nossos capitães de engenho!

Mas permita-me deixar o humor fácil de lado. Este é, de fato, um dos poucos acertos da professora em sua análise. Sim, Lilia, Bolsonaro pode ser entendido como parte de uma tendência conservadora no mundo tudo. E isso ocorre, justamente, pois determinadas premissas estão presentes em todos os países onde ela se manifesta. Dentre elas temos o desgaste dos grandes partidos e da grande imprensa – algo brilhantemente discutido por Moisés Naim em seu “O fim do Poder” -; a ampla difusão das redes sociais; a odiosa forçação de barra do politicamente correto e a misantropia enquanto política cultural; a migração para o oriente dos grandes complexos industriais e do antigo “emprego formal” e, por fim, a crise geracional e o fracasso do estado de bem estar social. Nenhum deles é parte da “herança colonial brasileira”, tampouco expressão de sua representação. Lilia invalida sua tese antes mesmo de construí-la.

Esse artifício malandro deve ser exposto pois, ao misturar alho com bugalhos, Lilia incorre na famosa “Falácia da Causa Falsa” – a suposição de que uma relação real ou percebida entre duas coisas significa que uma é a causa da outra. Ora, Bolsonaro não é “machista e patriarcal” pois nossos antigos donos de terra o eram; isso é retórica fuleira para dar verniz histórico à sua militância. Bolsonaro deve ser compreendido como parte de um fenômeno – que para horror da intelectual, representa, sim, uma ruptura com o modelo de Brasil construído por seus grandes “hacendados”, o Brasil do “homem cordial” de Sérgio Buarque de Holanda.

Sejamos claros: O pacto social-democrata da constituição de 88, surgido de um redesenho de forças entre os vencedores e vencidos da redemocratização, ruiu-se. A expressão maior de seu casamento – a promíscua aliança entre o progressismo petista e os barões do patrimonialismo (estes sim os verdadeiros herdeiros do nosso passado colonial) – fora o bilionário saque às riquezas do país conhecido por Petrolão; além dele, o suicídio econômico conduzido por nossa burocracia estatizante e a cantilena dos “direitos” levou o país ao estado de morte ao longo da última década.

Os progressistas, que prometeram “modernizar” a nação e enterrar a tal “herança colonial”, tornaram-se parte desta máquina trituradora de cidadania que é o Estado brasileiro. Os filhos dos velhos fazendeiros, que se espraiaram em nossa burocracia bacharelesca, terminaram por vencer seus supostos algozes. Levaram a cabo o pacto de 88 e entregaram a conta para uma classe média furiosa e sem perspectiva. Enquanto herança política, legaram seus gigantes com pés de barro – o MDB, PSDB e demais partidos – em profundo descrédito, acompanhados de lideranças políticas que incorporavam ao progressismo dos vencedores a raposice adesista dos vencidos. A título de ilustração, não haveria exemplo mais eloquente desta simbiose que a figura de Ciro Gomes, o letrado coronelzinho de Sobral que arrota tecnocracia no almoço e brizolismo-progressista no jantar? Como pode um candidato tão emblemático quanto o pedetista ter sido ignorado por Lilia em sua reflexão tipo exportação? Teria ele sido seu voto?

A questão é que o fenômeno político que carregou Bolsonaro ao poder é justamente a revolta do brasileiro comum, com todas suas virtudes e contradições, diante do estado de coisas que foi-lhe entregue por sua herança colonial e embrulhado pra presente pelos vencedores da redemocratização. É um Brasil profundamente corrupto, cartorial, ineficiente e improdutivo; o Brasil da propina, do imposto, do fiscal e do ladrão. É um país inimigo da real cidadania, da impessoalidade, da igualdade perante a lei. Que disfarça a exploração de seu povo com a propaganda acintosa das “conquistas das minorias” – panfletagem esta que permite a intelectuais como Lilia Moritz encher a boca por aí pra falar em “direitos”.

Esse Brasil que a professora não gosta é quem paga a banda e resolveu escolher a música. Toma as ruas, desde 2013, para se fazer ouvido. Elegeu Bolsonaro pois queria alguém no poder com a mesma disposição para destruir o “sistema” (ou mecanismo, para os fãs de Padilha) que lhe impede de crescer e prosperar. A ruptura é tão eloquente que até o último filho bastardo do velho casamento – o “fundo eleitoral” que contemplava patrimonialistas e progressistas – foi arrasado pela onda transformadora. Bolsonaro elegeu-se gastando meros 1,2 milhões de reais; os deputados eleitos por seu partido, o PSL, fizeram campanhas baratíssimas, praticamente sem utilizar a cota destinado à legenda. Mulheres e negros? Os mais votados vieram de seu partido – a jornalista Joice Hasselmann (SP) e o ex-chefe de gabinete Hélio Bolsonaro (RJ). Jovens como Kim Kataguiri (DEM/SP) e Arthur do Val (DEM/SP), lideranças do fenômeno, recusaram publicamente R$500 mil do fundo; outros tantos, pelo partido NOVO, advogavam pela “nova política”, e defendiam pelos 4 cantos uma “gestão racional e eficiente”.

Os números absolutos de mulheres e pardos/negros aumentaram no novo parlamento; os mais votados, nos estados mais importantes, eram vistos como expressões legítimas do fenômeno da tal… onda conservadora. Para onde olharmos, encontraremos virtudes – e ruptura com a “herança colonial”- na avalanche política que carregou Bolsonaro. Não que a turma não apresente contradições; os corporativistas estão lá, escondidos sob o manto do “combate à bandidagem”. Até o presidente eleito encontra-se eivado de incongruências! O capitão é filho legítimo do udenismo e do militarismo-positivista, mas foi alçado ao poder por uma classe média ativa e vibrante, pelas periferias evangelizadas e por um agronegócio que invade os feudos dos “hacendados” e transforma tudo em superávit na balança fiscal. É gente cansada de perder, que encontrou no verde e amarelo da “canarinho” (ou camisa da CBF, como Lilia deve preferir) a expressão genuína de uma nova identidade nacional.

Resumo da ópera: a tese de Lilia é uma bosta. E bosta é pois mais do que errada, consegue ser contraditória; o enunciado da historiadora é justamente o oposto da realidade. Desculpe-me pelas palavras, professora, mas até um leigo como eu consegue resolver tal equação falaciosa. Desejo, com toda a honestidade, que o artigo construído tenha como incumbência o panfleto político – admirado, mesmo quando inepto – , caso o estilo ou a veemência atinjam os corações mais fervorosos do público pretendido. Todo o resto é desnecessário e mentiroso, uma sequencia de lugares-comuns sobre a história nacional que mais turvam que ilustram a crítica ao presidente eleito. E o encerramento? O que dizer dos “150 casos de violência contra jornalistas”, reforçados por um link direto para a fonte? As agressões listadas – pasmem! – não passam de críticas feitas no twitter ao periodismo engajado dos democratas das redações. Quando muito, um vídeo no youtube. É dose, caros amigos, é dose.

O campo da guerra política é terreno sorrateiro. Revela o militante que há no intelectual, bem como o intelectual que há no militante. No caso de Lilia, restou apenas o militante, exposto no front, sem capacete nem munição. É apenas um militante ruim.

** São eles o “sintoma eloqüente da instabilidade”, a “herança colonial” e a “tendência conservadora global”.

Renan Santos

@@RenanSantosMBL

Estudante interrompido, músico frustrado, cozinheiro irregular e fundador (e membro mais controverso) do MBL - Movimento Brasil Livre. Colunista às terças, e editor-chefe do MBL News.


MBL News


SÓ DEFENDE ESTATAIS QUEM SE
RECUSA A RACIOCINAR

XVIII- 24/18 - 16.11.2018

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REAÇÃO ÀS PRIVATIZAÇÕES

Todos os dias me deparo com alguma notícia, palpite ou comentário, notadamente nos meios de comunicação mais comprometidos com os ideais socialistas, cuja postura, ou regra, é se manter sempre contrários às PRIVATIZAÇÕES e ou VENDA DE ESTATAIS.

ESTATAIS LUCRATIVAS

Esta costumeira reação desses maus comunicadores, entretanto, que infelizmente tem levado muita gente desavisada a ser influenciada pela mídia, não se dá exclusivamente por razões ideológicas (que não são poucas). Na real o que mais pesa é FALTA DE DISCERNIMENTO, resultante direta do grande desinteresse, ou ódio, pela matemática. Isto fica ainda mais evidente quando dizem que ESTATAIS LUCRATIVAS devem ser preservadas.

MATEMÁTICA FINANCEIRA

Ora, o fato de uma estatal ser lucrativa não justifica, em hipótese alguma, a sua existência. Isto é absolutamente provado através do uso, nada complicado, da Matemática Financeira, que está ao alcance de qualquer cidadão que tem aplicações no MERCADO FINANCEIRO e/ou de CAPITAIS, inclusive na CADERNETA DE POUPANÇA.

EXERCÍCIO SIMPLES

O exercício é simples: basta se colocar na condição de quem está brutalmente endividado e mesmo assim é proprietário de alguns ativos onde alguns (poucos) lhe proporcionam algum tipo de rendimento, como dividendos, aluguel ou juros, por exemplo.

FORMA COMPARATIVA

A conta, muito simples, que precisa ser feita é apenas pela forma comparativa, observando, e constatando, se os valores dos ENCARGOS MENSAIS DA DÍVIDA são maiores ou menores do que a soma dos RENDIMENTOS MENSAIS obtidos pelos ativos considerados LUCRATIVOS. Pronto.

CASO DO BRASIL E DO RS

Vejam que no caso do Brasil e do Estado do RS, para ficar só com estes dois exemplos, os PROVENTOS  que as estatais pagam, tanto como DIVIDENDOS quanto JUROS DE CAPITAL PRÓPRIO, aos Tesouros –Nacional e Estadual-, são infinitamente menores que os ENCARGOS DA DÍVIDA PÚBLICA.

APENAS LÓGICO

Ora, considerando que a maioria das estatais são DEFICITÁRIAS e que as poucas que conseguem ser lucrativas remuneram com taxas inferiores ao CUSTO DA DÍVIDA PÚBLICA, não há o que ficar discutindo. A  ORDEM É VENDER TODAS AS ESTATAIS E USAR OS RECURSOS PARA AMORTECER AS DÍVIDAS. Bem na linha, aliás, defendida por Paulo Guedes.

Detalhe: Paulo Guedes não está sendo apenas inteligente. Está sendo apenas lógico.

MARKET PLACE

MAIS MÉDICOS - A semana está findando e as manchetes de todos os jornais só tem olhos para a decisão tomada ontem pelo governo de Cuba, qual seja a de encerrar a participação dos médicos(??) cubanos no programa brasileiro -Mais Médicos-.  Pois, para quem gosta da verdade, o que o governo cubano fez foi antecipar o que Bolsonaro já havia se disposto a fazer tão logo comece a governar o Brasil.
PARAMÉDICOS - Gostem ou não o fato é que até hoje ninguém sabe qual cubano é realmente MÉDICO. Tudo leva a crer, pela recusa em VALIDAR OS DIPLOMAS (que conta com a inexplicável concordância do governo brasileiro), a maioria dos cubanos, no máximo, não passam de PARAMÉDICOS.


ESPAÇO PENSAR+

A propósito, eis aí o texto esclarecedor, enviado pelo pensador Marcelo Berger, copiado do Portal do Conselho Federal de Medicina (http://portal.cfm.org.br), com o título - AS ORIGENS DOS "MÉDICOS" CUBANOS-:

Na antiga União Soviética (URSS) existia uma figura no serviço público de saúde denominada "Feldsher", ou Feldscher em alemão, cujo significado literal era "aparador do campo". Os feldsher soviéticos eram profissionais da saúde, formados em "saúde básica", que intermediavam o acesso do povo à medicina oficial, em especial nas áreas remotas, rurais e periferias soviéticas, sendo uma espécie de práticos de saúde, ou paramédicos como são chamados hoje em dia, e exerciam cuidados básicos em clínica, obstetrícia e cirurgia às populações dessas regiões.

Sua inspiração e nome derivavam dos feldscher alemães que surgiram no século XV como operadores de saúde (cirurgiões barbeiros) e com o tempo se espalharam ao longo do que foi o império prussiano e territórios eslavos, compondo a linha de frente também nas forças militares, sendo uma espécie de força militar médica nesses exércitos eslavos e saxões.

Em vários países foram adotados como profissionais da linha de frente, atuando sempre nos cuidados básicos e em alguns casos chegando a se especializar em alguma prática específica, como optometria, dentista e otorrinolaringologia. Na Rússia começaram a se popularizar a partir do século XVIII.

Diferentemente dos médicos, os feldsher possuíam uma formação mais curta e limitada. A duração do curso era de 4 anos e envolvia basicamente treinamento em ciências básicas e treinamento simples em ciências médicas clínicas, em especial medicina interna, serviço de ambulância e emergência pré-hospitalar e sempre tinha um espaço para treinamento militar, em campo de treinamento do exército, pois os feldsher estavam na linha de frente da nação, nas fronteiras.

Eram 8 anos de colégio mais 4 em treinamento prático, considerados, portanto de nível técnico. Era um treinamento um pouco melhor que a de enfermeira, cujo foco era mais os cuidados básicos de saúde e técnicas/procedimentos de enfermagem.

Os médicos soviéticos, ao contrário, levavam pelo menos 10 anos de colégio mais 7 anos de faculdade com carga horária total pelo menos duas vezes maior (estudavam todos os sábados). Apesar do tamanho valor de formação, seus salários eram ridículos, pois o regime socialista os considerava "servos do povo".

O sistema cubano de ensino médico reproduziu, a partir do encampamento da Revolução Cubana pela URSS em 1961, esse sistema de formação em saúde. Os médicos cubanos, de verdade, ficam lá em Cuba, em sua maioria. O que Cuba "fabrica" aos milhares, todos os anos, com projetos como a ELAM e demais faculdades, em cursos de 4 anos, não são nada além da versão cubana dos "feldsher" soviéticos. São paramédicos treinados para atuar em linha de guerra, campos remotos e áreas desprovidas em geral.

A diferença é que Cuba "chama" esses feldsher de "médicos", inflando artificialmente a sua população de médicos. Com essa jogada, Cuba possui um dos maiores índices de médicos por habitante do planeta. E isso permitiu outra coisa ao regime cubano: usar esses feldsher como agentes de propaganda de sua revolução e seus interesses não apenas dentro, mas fora de seu território.
Ao longo de décadas o regime cubano vem fazendo uso do empréstimo de mão-de-obra técnica, paramédica, porém "vendida" como médica, para centenas de países a um custo bilionário que fica todo com o regime cubano. Literalmente, como na URSS, os feldsher são "servos do povo" (no caso, leia-se "povo" como Partido Comunista de Cuba).

Recentemente a presidente Dilma lançou um demagógico e absurdo projeto de "resgate da saúde" do povo brasileiro às custas apenas da presença de "médicos" em locais desprovidos dos mesmos, aliás, por culpa do próprio governo.

Em vez de pegar os médicos nacionais, recém-formados ou interessados, e criar uma carreira pública no SUS e solidificar a presença do médico nesses povoados, ela resolveu importar feldsher cubanos a um preço altíssimo, travestidos de médicos, ao que seu marketing chamou de "Mais Médicos". Diante da recusa inicial, simulou-se uma seleção de nacionais, dificultada ao extremo pelo governo, para depois chamar os feldsher.

O objetivo aqui é claro: o alinhamento ideológico entre os regimes, o uso de "servos do povo" para fazer propaganda do governo, encher o bolso dos amigos cubanos de dinheiro e evitar a criação de uma carreira pública que poderia ser crítica e demandadora de recursos. Como não podiam se assumir como fedlsher, jogaram um jaleco, os chamaram de médicos e os colocaram para atuar como médicos de verdade.

Por isso as cubanadas não param de crescer. Por isso os erros bizarros, os pânicos diante de pacientes sintomáticos. Os cubanos não são médicos, são feldsher - agentes políticos com treinamento prático em saúde - que vieram ao Brasil cumprir uma agenda política e, segundo alguns, eventualmente até mesmo militar.

São paramédicos. Isso explica as "cubanadas". Se houvesse decência no Ministério da Saúde da gestão petista, retirariam o termo "médico" desse programa e seria mais honesto. Mas honesto não ganha eleição nesse país."

FRASE DO DIA
A vantagem do capitalismo é que, por ter exemplos de sucesso, admite fracassos e tem mecanismos de correção. Para os socialistas, ao invés, o fracasso é apenas um sucesso mal explicado.

Roberto Campos

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