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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Rótula abriga "família" de galinhas em região movimentada de Porto Alegre

História inusitada começou em 2009, quando um galo apareceu no local

Galos e galinhas dividem espaço com carros em região movimentada do bairro Petrópolis, em Porto Alegre | Foto: Mauro Schaefer

Galos e galinhas dividem espaço com carros em região movimentada do bairro Petrópolis, em Porto Alegre | Foto: Mauro Schaefer

Maria Francisca (a Chiquinha), a Tininha, a Chica, o Pintão, o Tinoco e o Tonico. Esta é a turma, ou melhor, a ‘família’ de galos e galinhas que vive na Rótula Darcy Marcos de Alencastro, que carrega, desde 2011, o nome do pai de Darcy Luiz Bragé de Alencastro, 54 anos, o único dos seis filhos que tem nome idêntico ao dele.

Darcy Luiz nasceu e cresceu na região, onde a família já teve de tudo um pouco. Desde tambo de leite até serraria de lenha e o tradicional posto de combustível, que está no local desde 8 de março de 1975, denominado “Posto Darcy”. Tudo seria normal se fosse na zona rural, porém as aves vivem no ambiente urbano, bastante movimentado e chama atenção de todos que passam pelo local.

A rótula está localizada no cruzamento entre a avenida Salvador França e as ruas Engenheiro Antônio Carlos Tibiriçá e a José Carvalho Bernardes, no bairro Petrópolis. A diarista Ana Paula Vaz, 47 anos, que esperava o ônibus na lateral do canteiro, ontem, foi uma das pessoas que notaram o grupo. Ela contou que acha muito interessante o modo como os animais vivem, pois possuem água limpa, alimento e até residências improvisadas que os protegem da intempérie. “Quem dera encontrar mais coisas assim, é tão raro, muito bonito de se ver. Fico imaginando quem cuida e qual o motivo desse galinheiro”, afirmou.

Mas como os galos e as galinhas foram parar em um local de tanto movimento como a rótula? Darcy Luiz conta que em 2009, ano que antecedeu a Copa do Mundo na África do Sul, o primeiro galo apareceu por lá. Com alguns machucados e aparentemente cansado, parecia que fugia de uma tragédia anunciada. Quando chegou ao gramado, aproveitou as sementes de girassol e milho quebrado que eram arremessados diariamente para alimentar pombas e demais pássaros que transitavam por lá. "Acho que ele se sentiu confortável e por isso resolveu ficar, se identificou com o lugar", contou.

Em maio de 2010, Chico ganhou a primeira casa própria, onde podia se proteger da chuva e ficar aquecido nos dias mais frios. Três anos da aparição inusitada, em 2012, uma galinha foi colocada no espaço. Darcy Luiz inclusive suspeita dos cupidos, mas viu que Chico ficou feliz e não separou o casal. Após a união, sete ovos foram colocados por Chica Preta, nome dado à companheira de Chico. Dos sete ovos, seis chocaram, quando os filhos do casal (quatro galinhas e dois galos) conheceram o ambiente pouco usual onde cresceriam ao lado dos pais. Logo após o nascimento dos filhos, Chico foi furtado, em 2013, quando o posto de combustível ficou sem segurança noturno e o galo acabou sendo levado. Pouco tempo depois, Chica Preta também foi levada. Há quatro meses ocorreu o quarto e último furto, quando foram levadas três galinhas, entre elas duas filhas de Chico (Maria Aparecida e Maria vai com as Outras) e um outro galo, que também apareceu por lá.

Todos os dias, pela manhã, Darcy Luiz vai à rótula para limpar as casas, colocar água limpa e deixar alimento para as aves. Os cuidados com os animais demonstram a preferência deles pela região. Todos vivem livres, atravessam a rua e acabam indo passear até nas dependências do posto de combustível. Para evitar que outros furtos ocorram, o abrigo do grupo foi colocado em uma parte específica da rótula, onde pode ser vista da janela da casa do dedicado cuidador das aves.



Correio do Povo

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