Maomé

Os árabes tem uma longa história de lutas e conquistas. Especialmente a partir do século VII, com o surgimento da figura de Maomé (Mohamed). Maomé conseguiu unir o seu povo através da religião, tendo promulgado o Corão, que é até hoje não só o guia religioso, mas também a base constitucional que rege os destinos da maioria dos países árabes. Maomé nasceu em Meca, em 570, e morreu em Medina, em 632, fazendo com que estas duas cidades – que hoje pertecem a Arábia Saudita – se tornassem lugares sagrados para os muçulmanos.

Pelos menos uma vez na vida o muçulmano deve fazer uma peregrinação a Meca, onde está a Kaaba, a pedra sagrada do islamismo. Depois de ter meditado durante quinze anos sobre uma reforma religiosa e social ou nação árabe, baseada no monoteísmo e na sujeição à vontade divina (Islã), Maomé converteu numerosos discípulos, mas também fez muitos adversários, tendo de refugiar-se me Medina, no ano de 622. Essa migração (hégira) marca o início da era muçulmana. Assim é que para os muçulmanos, que adotam a sexta-feira como seu dia santificado, de descanso. “Não existe outro Deus senão Alá, e Maomé é o seu profeta”. Esta é a tese básica do Corão.

O Corão (do árabe qur'an, que significa leitura) foi escrito por Maomé a partir de uma visão quee teve, no monte Hiras, em Meca, quando lhe foram feitas as revelações que traçaram os fundamentos do Islamismo (do árabe islam, que significa resignação, ou inteira submissão à vontade de Deus). Maomé fundou em Medina um Estado teocrático, tendo construído também ali, a primeira mesquita, mas preservou Meca como cidade-foco da religião. Determinou aos fiéis ao fazerem as suas orações e se voltassem para Meca (até então voltavam para Jerusalém) e instituiu o mês do jejum, o Ramadã.

Levando como bandeira o islamismo, os árabes passaram a desenvolver as suas guerras de conquistas. Assim, a religião legada a Maomé espelhou-se por todo o Norte da África, Sul da Europa e grande parte do Oriente Médio, tendo chegado até a Ásia. O fato significativo, é que o islamismo desenvolvia uma ação pacífica. Após a fase inicial de conquistas, primeiro de Bagdá e depois de Damasco, por volta do século VIII aqueles beduínos do deserto se expandiram e encontearam civilizações muito superiores, como os gregos, os persas, os bizantinos e os romanos que ainda permaneciam no Egito. Pois estes beduínos assimilaram a cultura desses povos, integrando-se com as outras civilizações e colhendo o que de bom elas possuíam. Depois que a resistência havia cessado, fundaram as primeiras universidades, em Bagdá, no Cairo, em Damasco, por volta do século IX. Na Europa foram surgir no século XI e XII.