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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Pela valorização dos auditores fiscais da FRB, por Vilson Antonio Romero

Por um lado a sociedade demanda mais transparência e eficiência no gasto público, mas por outro tem subestimado a necessidade de uma administração tributária sólida, com resultados mais eficazes.
Apesar de o Brasil dispor, nas três esferas de governo, de estruturas de combate à elisão e à sonegação dos recursos públicos, pouca importância tem sido dada a esses setores, em especial na União.
Claramente, é preciso combater os desvios do dinheiro público de forma mais competente, mas também exigir dos entes públicos um efetivo reforço à sociedade, com mais e melhores serviços públicos e programas sociais.
Vejam a situação dos auditores fiscais da Receita Federal. São eles as autoridades administrativas e tributárias que podem contribuir diretamente e de forma decisiva para a construção de um modelo tributário verdadeiramente funcional, que atenda ao que a população necessita, sem penalizá-la.
Em 2014, os auditores lavraram R$ 150 bilhões em autos de infração, numa média de autuação per capita de R$ 53 bilhões. Só de produtos falsificados, adulterados ou que não recolheram os devidos tributos, retiraram de circulação R$ 1,8 bilhão em 2014.
Na luta contra a corrupção, os auditores fiscais também têm mostrado competência agindo ao lado da Polícia Federal e do Ministério Público, em operações conjuntas que, só no ano passado, resultaram na descoberta de R$ 9 bilhões em fraudes.
O papel social do auditor também é relevante ao atuar decisivamente na coleta das contribuições para a Seguridade Social. Os recursos para os programas de saúde, previdência e assistência social ultrapassaram R$ 686 bilhões, quase 60% da receita administrada pela Receita Federal.
Porém, todo esse trabalho dos auditores fiscais da Receita Federal contra a sonegação e a corrupção, em favor da inteligência fiscal e em defesa da justiça social não tem recebido o justo reconhecimento. A classe trabalha com efetivo aquém do necessário e, no ranking das administração tributárias, ocupa a 27ª posição em termos de remuneração na lista que abrange os auditores estaduais e municipais. Ou seja, os auditores da Receita Federal, responsáveis por 70% de toda a arrecadação nacional, ganham menos que fiscais de 26 estados e municípios.


Jornalista e auditor fiscal



Fonte: Correio do Povo, página 2 de 22 de outubro de 2015. 

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