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domingo, 28 de junho de 2015

Ufrgs forma a primeira médica indígena

Nascida no Maranhão, Lucíola Belfort, que já era enfermeira, realiza sonho

Universidade do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em Porto Alegre, formou ontem a primeira médica indígena. Lucíola Maria Ignácio Belfort, 38 anos é de origem caingangue e carregava desde a infância o sonho de ser médica. Em 2001, já havia dado o primeiro passo na área da saúde, quando se formou em Enfermagem pela Universidade Regional do Noroeste do Estado (Unijui). Mas a luta pelo diploma de Medicina foi traçada desde 2008, quando ela entrou como a primeira cotista indígena do curso na universidade.
Apesar de ter nascido no Maranhão, devido ao trabalho de seus pais, que são vinculados à Fundação Nacional do Índio (Funai), sua vida ganhou rumos do Rio Grande do Sul, pois a origem de sua mãe, Andila Inácio, é o interior gaúcho. Foi na aldeia Serrinha, localizada no município de Ronda Alta , que os seus sonhos ganharam forma.
Lucíola foi criada por uma família que sempre prezou pelo conhecimento e pelo acesso à educação. Suas outras quatro irmãs também são formadas em universidades nos cursos de Direito, Jornalismo e Artes. Os livros da biblioteca do pai, José Maria Baima Belfort, que lhe eram apresentados na infância, transformaram a sua vida. “Estou realizando meu sonho de infância e essa também é uma vitória do povo indígena.” Ela disse que sofreu discriminação por ser cotista e, ainda, por não ter características físicas de caingangue.
No dia em que foi pegar o diploma, Lucíola carregou consigo os brincos de pena de pássaros, para honrar a identidade do seu povo, que os confeccionou. “Independentemente de trabalhar em aldeias, eu quero é me dedicar por inteiro ao povo indígena.”


Fonte: Correio do Povo, página 12 de 20 de junho de 2015.

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