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domingo, 28 de junho de 2015

O trânsito não é individual, por Paulo Franquilin

As prefeituras têm por hábito modificar as estruturas viárias para alterar o trânsito nas cidades, geralmente, com inversões de mão, criação de binários, mudanças nos locais de estacionamento, entre outras ações. Tudo visando, no entender dos administradores, a melhorar a vida dos cidadãos.
É comum vermos mudanças a cada quatro anos, quando trocam as administrações municipais, como solução do trânsito, cada vez mais caótico, das cidades, porém criam, em muitos caos, mais transtornos à população.
Um aspecto a ser considerado é a falta de consulta aos usuários das vias, moradores e comerciantes, os quais conhecem o funcionamento de seus bairros com muito mais precisão do que burocratas em seus gabinetes.
Cabe ainda frisar a confusão das placas indicativas que contêm informações equivocadas confundindo os motoristas que chegam aos municípios, sem falar na falta de placas com os nomes das ruas, um antigo problema de nossas cidades, às vezes por causa de burocracias, alegada falta de dinheiro e mesmo desinteresse das autoridades.
As ciclovias são um capítulo à parte, com grandes investimentos com retorno para grupos específicos, enquanto vias, faixas e placas não têm tantos investimentos e recursos disponibilizados. Aos pedestres restam calçadas com muitas imperfeições, pois o piso desses pavimentos, na maioria das cidades, é responsabilidade dos moradores, os quais, quando não arrumam, não são fiscalizados, por falta de legislação ou estrutura para esta finalidade.
Resumindo: todos os investimentos na área de trânsito são aplicados ao bel prazer das administrações municipais, sem consulta popular, sendo importante salientar que trânsito se faz com educação de todos, respeito ao espaço do outro, numa convivência civilizada. Não adiantará termos um sistema viário perfeito se as pessoas não souberem conviver em harmonia, com preocupação com o coletivo e não com o individual.

Tenente-coronel da BM, jornalista e escritor


Fonte: Correio do Povo, edição de 22 de junho de 2015, página 2.  

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