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quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

Suicídio – Uma triste epidemia

A maior causa de mortes violentas no mundo não é a guerra nem a criminalidade, mas o suicídio. O maior número de mortes é registrado nos países da antiga União Soviética. Recordista mundial: Lituânia, com 51,6 por 100 mil habitantes, superando os registros na Bielo-Rússia, na Estônia e no Cazaquistão. O 14º lugar, com 17 por 100 mil, é ocupado pela França. Um dado é comum a todos os países: são as pessoas idosas as que mais se matam, em número três vezes maior do que os jovens de 15 a 24 anos. A doença, a precariedade social e a solidão são os principais fatores.

O número mundial de suicídios se situa em volta de 1 milhão de mortes por ano. Levando-se em conta a evolução demográfica, estima-se que chegue a 1,5 milhão em 2020. Para deter a epidemia, cogita a OMS de providenciar ajuda psicológica e evitar a venda de pesticidas, meio mais usado pelos suicidas, especialmente os chineses.

Fonte: Correio do Povo, Flávio Alcaraz Gomes. 22 de dezembro de 2004, página 4.

domingo, 12 de dezembro de 2004

100 anos de imigração judaica no Rio Grande do Sul

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Exposição resgata saga de 100 anos

Documentos, objetos e relatos mostram a história da imigração judaica para o Rio Grande do Sul

As comemorações do centenário da primeira imigração judaica organizada da Europa para o Brasil propiciaram o resgate da história desse povo nas terras de além-mar. Resumo da saga dos judeus no Estado, a exposição “Uma terra para todos:100 anos da imigração no Rio Grande do Sul” está aberta à visitação até o dia 18, no Museu Nacional de Migrações Judaicas. As pesquisas começaram em 2003 e resultam da parceria entre o Memorial do Ministério Público e a Federação Israelita do Rio Grande do Sul (Firgs).

A curadora da mostra, Andréa Cogan, diz que o objetivo é propiciar ao público leigo o acesso a essa parte da história gaúcha, além de trazer aos judeus o resgate da sua cultura. Quem visitar o museu poderá ver documentos do Instituto Cultural Judaico Marc Chagalli e objetos de famílias da comunidade, como cartas na língua ídiche, um salvo-conduto da década de 40 (documentos da Central de Polícia que os imigrantes usavam para circular no país) e até braçadeira com estrela amarela, de uso obrigatório pelos judeus na Alemanha nazista. Também estão expostos mapas originais da colônia de Quatro Irmãos, na região Norte do Estado.

“A partir da pesquisa, resolvemos retratar não só a imigração no que se refere à parte agrícola, mas as diferentes levas migratórias de judeus”, explica Andréa, museóloga do Memorial do MP. Embora a imigração organizada seja a de 1904, acrescenta, houve outras viagens, em momentos distintos, e por motivos diversos. A mostra retrata a imigração agrícola, a russa e a polonesa urbana (década de 1920), a alemã (antes e depois da Segunda Guerra Mundial) e sefardita (Espanha, Marrocos, Egito, Grécia e Turquia).

A exposição também traz relatos curiosos de imigrantes recém-chegados ao Brasil, que demonstram a estranheza do povo em um nova terra. “Forma obrigados a sair de sua pátria para sobreviver, e o Rio Grande do Sul foi receptivo, permitindo seu crescimento”, comenta Andréa. O Museu Nacional das Migrações Judaicas fica na Firgs (rua João Telles, 329).

Intelectuais tiveram de deixar a Alemanha

Diferentemente da imigração russa e polonesa, Da Alemanha vieram judeus intelectualizados e profissionais liberais que tiveram de deixar o país por causa do nazismo. Os grupos de judeus alemães começaram a chegar ao Estado em 1933, ano em que Hitler se tornou primeiro-ministro. “Eles eram tão bem adaptados na Alemanha que nunca acreditaram que o Holocausto pudesse acontecer. Estavam inseridos econômica, social e politicamente”, explica a museóloga Andréa Cogan. Apesar dos sinais do que estava para acontecer, muitos judeus optaram por ficar na Alemanha. Inúmeros conseguiram deixar o país europeu com ajuda da Sociedade Israelita Brasil de Cultura e Beneficência. Isso explica por que os judeus alemães se concentram no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, onde fica a entidade. Até o final da década de 1930, muitos judeus vieram para o Brasil procedentes da Alemanha. Mais tarde, ficou difícil a fuga do país, devido à tomada do poder pelos nazistas. Terminada a Segunda Guerra Mundial, o RS voltou a receber um grande contingente de judeus. Desta vez fugidos do horror passado durante o Holocausto.

Leis ficam restritivas no final do século XIX

No final do século XIX, os judeus que viviam no império russo confinados em áreas delimitadas, que excluíam grandes cidades. A partir de 1880, as leis se tornaram mais restritivas, incluindo a proibição da atividade agrícola, limitação do acesso ao ensino e abolição das garantias jurídicas. O local em que viviam também estava mais reduzido. Os czares russo estimulavam o anti-semitismo e patrocinaram pogroms – palavra russa que identificava saques e atos de violência coletiva contra judeus. Todos esses motivos levaram os judeus russos a buscarem um país onde pudessem sobreviver em melhores condições.

A Jewish Colonization Association (JCA) começou a financiar a saída dos judeus da Rússia e seu assentamento em outros países. Entre os lugares escolhidos estava o Rio Grande do Sul, onde foram criadas duas colônias: Phillipson (Santa Maria) e Quatro Irmãos (Norte do RS). A primeira leva chegou em 1904. “Muitos que vieram não tinham experiência no trabalho agrícola, nunca haviam arado uma terra e plantado e não sabiam lidar com as ferramentas da agricultura. Tudo era novo para eles, além da língua e da alimentação”, comenta a museóloga Andréa Cogan, explicando por que motivo o projeto das colônias acabou não dando certo.

Depois das comunidades agrícolas (incluídas na imigração organizada), o primeiro grande grupo de judeus foi o dos russos e poloneses urbanos, que vieram nas décadas de 1920 e 1930 para Porot Alegre, estabelecendo-se no bairro Bom Fim. Muitos se voltaram para o comércio de móveis, conforme Andréa. Em geral, eram rapazes solteiros que começaram trabalhando com mascates, vendendo de porta em porta mercadorias que carregavam no corpo. Quando prosperavam, voltavam ao seu país de origem para buscar toda a família.

Conflitos ocasionam imigração para país

O enfraquecimento do Império Turco-Otomano impediu que os judeus de áreas que estavam dominadas progredissem no comércio. Entre 1910 e 1920, intensificou-se a imigração de judeus sefarditas (Grécia, Turquia, Egito e Marrocos), com predominância dos vindos da Turquia. O Brasil era um dos principais destinos. O conflito árabe-israelense ocasionou a chegada ao país de outros grupos no final da década de 1950, principalmente em 1956, com maior ênfase na imigração egípcia e marroquina.

Em Porto Alegre, os judeus sefarditas se concentraram no Centro, onde atuavam no comércio de tecidos, principalmente na Rua dos Andradas, na Marechal Floriano e imediações. Até hoje, a comunidade frequenta a sinagoga do Centro Hebraico Rio-Grandense, construída naquela época. Lojas de tecidos que ainda há na região, em sua maioria, não pertencem mais a eles. Com o tempo, passaram a buscar as universidades e as profissões liberais.

Fonte: Correio do Povo, página 15 de 12 de dezembro de 2004.

domingo, 5 de dezembro de 2004

RS desenvolve variedades de bananas resistentes

Duas variedades resistentes à sigatoka negra deverão ser desenvolvidas pela Fepagro no RS. Conforme o coordenador do Profruta, Afonso Hamm, as variedades Honduras FHIAO 1 e Asía THAP MAEO são materiais genéticos já testados em SC. A Honduras já está disponível pela Epagri. A praga se manifesta nas folhas e não oferece risco ao consumidor. “No RS, 75% do produto plantado é da variedade prata, que tem alta resistência à sigatoka”, informou.

Fonte: Página 18 de Correio do Povo de 5 de dezembro de 2004.